Empiricus Research

Como funcionam os IPOs?

06 dez 2017, 11:59 - atualizado em 16 set 2020, 16:31

Neste ano, estamos presenciando a retomada dos IPOs – ofertas públicas iniciais de ações. Até outubro, oito empresas realizaram ofertas. Mas, antes de investir, é preciso entender como funcionam os IPOs e como identificar as boas empresas. Quando uma companhia decide abrir seu capital, ou seja, captar recursos via mercado de capitais, é preciso que ela siga uma série de processos.

O primeiro deles é reunir uma equipe de especialistas, que inclui pelo menos uma instituição financeira, uma empresa de auditoria e advogados. Constituída a equipe, a companhia deve solicitar o registro da oferta na CVM e a listagem na B3 (BM&FBovespa), para que as ações possam ser negociadas no mercado.

Junto com o anúncio do IPO, é divulgado um documento chamado prospecto preliminar. Ele é essencial para a formação do consórcio – corretoras e distribuidoras – que irá coordenar e distribuir as novas ações. O documento também é fundamental para o investidor, pois apresenta os últimos balanços financeiros da empresa, sua perspectiva e sua estratégia de negócio, além dos dados da própria oferta, como a data para a reserva, o número de ações que serão lançadas e a faixa indicativa de preço.

Após a divulgação do prospecto preliminar, inicia-se o roadshow, que é a apresentação da companhia e da oferta de distribuição de ações para o público investidor. “É aqui que começa a construção do bookbuilding, que é o livro de ofertas. É nesse processo que se busca determinar o preço de lançamento de um IPO, com base na demanda e no preço máximo que os investidores institucionais estão dispostos a pagar pelo ativo”, explica Beatriz Cutait, planejadora financeira CFP® e responsável pela série Você Investidor da Empiricus. Somente depois disso que é divulgada ao mercado uma avaliação final com todas as informações da oferta, incluindo o preço fixado para a ação no IPO.

Como participar de um IPO? 

Para aderir a um IPO, o investidor precisa ter conta em uma instituição participante da oferta e fazer a reserva, isto é, a solicitação das ações. A reserva pode ser feita pela internet ou por telefone, o que varia conforme a corretora ou distribuidora. Mas é preciso ficar atento, pois nem todas as corretoras participam das distribuições.

Antes de fazer o investimento, é preciso ter ainda uma margem de garantia na instituição financeira, ou seja, parte do dinheiro para a oferta. É uma forma que as corretoras encontraram de assegurar que o investidor tem, de fato, o valor necessário para comprar as ações. Tem corretoras que exigem 15% do valor solicitado, outras, 20%. “O valor não precisa estar necessariamente ‘em caixa disponível’ na conta, pode estar em ativos como títulos, ações, CDBs ou ouro, por exemplo”, explica Beatriz.

Uma vez que a solicitação é realizada e o período de reserva, finalizado, não é possível voltar atrás, isto é, o investidor não pode cancelar a participação no IPO. Por isso, durante o período de reserva, no qual o preço do ativo ainda não está definido, o ideal é preencher a solicitação com o preço máximo que se pretende ou pode investir, para evitar problemas caso o preço do papel supere o valor imaginado. “Por isso, é importante o investidor estar atento aos processos operacionais para participar de um IPO de forma mais segura”, argumenta a planejadora financeira da Empiricus.

Quando participar de um IPO? 

Antes de investir, é preciso avaliar a oferta. Entre os critérios a serem analisados estão o desempenho da empresa, em que setor ela se insere, se sua área de atuação é competitiva e como essa companhia se comporta em relação aos concorrentes, como se comunica com o mercado, como sua dívida está estruturada e quais são os projetos de investimentos, dentre outros aspectos. “Também é preciso olhar o histórico, não só de resultados, mas de gestão. Quem está por trás dessa companhia? Então, é uma série de fatores que devem ser analisados antes do IPO e monitorados depois também”, enfatiza Beatriz.

Entre investidores com diferentes estratégias, há aqueles que reservam ações de uma empresa pensando no curtíssimo prazo, atentos a um disparo de preço no primeiro dia de negociação. No mercado, esse movimento se chama “flipar”: o investidor reserva as ações de uma empresa que fará IPO e as vende logo na estreia, quando começam a ser negociadas em Bolsa. “Não tem como falar de retorno esperado, tem que acompanhar caso a caso, se a empresa é sólida, como ela vai se comportar após a abertura de capital, acompanhar o comportamento da companhia mesmo”, alerta.

Ficou interessado em IPO, mas ainda está inseguro sobre a melhor empresa para investir? A Empiricus tem relatórios exclusivos sobre o assunto na série Você Investidor, assinado pela Beatriz Cutait. Na série, ela fala sobre os IPOs de 2017, trata da avaliação das empresas pela equipe de análise da casa e revela quais são as melhores opções de investimento para você.