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Com alta das vendas online, influencers nunca foram tão requisitados: Salários passam de R$ 100 mil

10 ago 2021, 10:45 - atualizado em 10 ago 2021, 15:51
(Imagem: Shutterstock)

Há alguns anos, um novo subgrupo de “celebridades” surgiu. Se antes a fama vinha, majoritariamente, dos palcos, telas e dos esportes, com as redes sociais chegou uma nova forma de alcançá-la e uma nova leva de famosos. Os influencers, ou influenciadores digitais, conseguiram muito espaço na internet e, agora, permeiam o hall de pessoas mais conhecidas do mundo. 

Músicos, jogadores de futebol e astros do cinema ainda chamam a atenção dos holofotes. Em 2020, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, o astro do cinema Dwayne Johnson (ou “The Rock”), e a cantora Ariana Grande tinham os três maiores perfis da rede social Instagram. Em quarto lugar, porém, está Kylie Jenner, que não canta, atua ou pratica esporte de maneira profissional. Diferentemente das demais celebridades mencionadas, que possuem outras profissões, Kylie Jenner é “apenas” uma influencer. 

Produção de conteúdo traz resultados

Em um rápido acesso ao seu Instagram, que tem 256 milhões de seguidores, podemos perceber a diferença entre Jenner e as demais celebridades comentadas. Em seus “destaques”, ela posta vídeos da sua rotina de exercícios, da sua alimentação, dos seus cuidados com a pele e por aí vai. 

Ao se observar as contas de famosos como Cristiano Ronaldo ou Ariana Grande, que possuem mais seguidores que Kylie, percebe-se que esse padrão não existe. A cantora usa o espaço para postar fotos de shows, de familiares e de amigos. O jogador de futebol nem ao menos utiliza as abas de destaques do seu perfil. 

Diferentemente das outras celebridades mencionadas, a influencer não tem outros fatores que a “impulsionam”. Ela, para continuar a ter visibilidade, produz conteúdo e vende um estilo de vida: seu corpo, suas roupas, seus produtos de beleza, suas viagens. Tudo vira uma espécie de narrativa.

Kylie aprendeu, de certa forma, a vender a sua vida e tudo que consome nas redes sociais. Ela se tornou, o modelo de “vida dos sonhos” de grande parte dos americanos. 

E ela não é uma exceção. Há uma série de influencers que fizeram fortuna desta forma, buscando nichos e se tornando “modelos de vida”. Kylie atua exercendo influência em um grupo que possui um número muito grande de pessoas, mas nem sempre  os nichos são tão grandes. É possível fazer dinheiro atuando sob grupos menores e, mesmo assim, é conseguir uma quantia considerável de dinheiro.

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Saber gerar engajamento é diferencial

A performance de Kylie nas redes é muito melhor do que a dos outros super famosos.

Apesar de estar “apenas” no quinto lugar entre as pessoas com mais seguidores do Instagram, Jenner tinha, até o fim de 2020, a incrível marca de possuir seis das 20 fotos mais curtidas nessa rede social de todos os tempos. 

É por essas e outras que ela é conhecida como a “rainha do Instagram” e tem um histórico absurdo de feitos.

E engajamento gera lucro…

Em 2015, Kylie lançou uma marca de cosméticos, a Kylie Lip Kits (hoje Kylie Cosmetics). Na estreia, os kits disponibilizados para vendas (com preço de US$ 29) se esgotaram em menos de um minuto. “Antes mesmo de atualizar a página, tudo estava esgotado”, disse ela, posteriormente, em entrevista. E isso aconteceu mais vezes.

A marca de Kylei virou um sucesso e quando a vendeu à Coty, companhia americana consagrada do setor de cuidados pessoais, ela se tornou a bilionária mais jovem do mundo (apesar de algumas pessoas duvidarem do feito).

Além de consolidar o modelo de atuação e firmar o sucesso da influencer, a venda da Kylie Cosmetics ilustra também como as marcas veem o valor da influência: uma empresa antiga, “consagrada”, pagou para ter aquilo que ela produzia. 

As empresas, cada vez mais, buscam maneiras de se posicionar de maneira forte na internet e estão gastando bilhões para isso.

Forma de ganhar interações é conhecida, mas não é fácil de ser executada

O método utilizado por Kylie Jenner, e por vários outros influencers, já é muito conhecido e, mais do que isso, consagrado. Há uma série de passos que alguém que deseja aumentar a sua influência nas redes sociais e vender produtos nessas plataformas, seja em contas físicas ou comerciais, pode seguir.

“Hoje em dia, as pessoas querem seguir não só famosos, mas gente que agrega, gente que nos faz sentir identificados”, contam Amanda Holzer e Bettina Rudolph, idealizadoras do Caixa Preta, curso que busca ensinar as pessoas a como melhorar performances nas redes sociais. “A influência não tem a ver com seu número de seguidores, mas com o que você consegue entregar para a sua audiência a partir de suas dores e desejos”, explicam as duas.

Com quase 500 mil seguidores, Bettina é uma das principais influencers do mercado financeiro brasileiro. Amanda, por sua vez, é especialista em redes sociais, dando consultoria e administrando uma série de contas com milhares de seguidores (todas com números altos de vendas). As duas são grandes nomes quando o assunto é engajamento.

Para além de ter muitos seguidores, Bettina tem, em suas redes, interações. Em seus posts, é possível analisar que a sua média de “likes” é alta. 

Outros influencers do mercado financeiro tem mais seguidores que ela, mas, nas páginas da grande maioria, o número de pessoas que interage com os conteúdos não chega nem perto dos de Rudolph. E são as interações que permitem a jovem a tirar mais de R$ 100 mil por mês apenas com o seu perfil no Instagram.

(Imagem: Instagram Bettina Rudolph)

Nas imagens a seguir, podemos reparar essa diferença. Observe a quantidade de seguidores e de likes que a Bettina tem em uma das suas fotos.

Agora, veja a performance de outro influencer do mercado financeiro, que tem um número muito maior de seguidores. 

(Imagem: Instagram)

Consegue perceber a diferença? No primeiro perfil não há nenhuma publicação com um número de likes tão baixo. No do concorrente, são várias as publicações nessa faixa e poucas as com o nível de engajamento visto no perfil de Bettina. E olha que ele possui quase o triplo de seguidores…

“É necessário criar narrativas envolventes de modo que isso gere na pessoa a vontade de viver aquilo que você está expondo”, dizem as idealizadoras do Caixa Preta. É isso que os bons influenciadores sabem fazer bem

Não se trata, apenas, de ter seguidores. “O ideal é definir público alvo, construir autoridade, entregar conteúdo leve, entender as dores e os desejos do público, moldar produtos e aceitar campanhas que encaixem com tudo isso”, completam”. 

Esses tópicos seriam, basicamente, o sumário de como ser um influencer e de como vender nas redes sociais.

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Entender o que as pessoas querem e traçar narrativas é o grande diferencial.  

Bettina e Amanda compreendem tão bem isso que o próprio curso que lançaram, que ensina as pessoas a monetizarem suas redes sociais, está, praticamente, com as vagas esgotadas: as duas tiveram a sacada de que entre o público-alvo alcançado há um desejo por renda extra e por busca de mais relevância. Bettina, por ser ligada ao mercado financeiro, fala diretamente com um público ambicioso

Antes disso, Bettina havia lançado um clube do livro sobre assinatura e as vagas VIPs se esgotaram na pré-venda. “Pois é… As pessoas realmente resolveram me pagar para me ver beber vinho e me ouvir dividir experiências sobre livros”, conta. 

Tudo se trata de construir uma base para depois oferecer aquilo que eles desejam ou não sabem ainda que desejam.

O negócio de Kylie Jenner, por exemplo, é um pouco diferente. Ela está ligada mais a um life style de ostentação, de exercícios. Talvez se ela optasse por abrir um curso do livro, o sucesso e a taxa de adesão não seria tão grande. 

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Vendas na internet são nicho em ascensão 

Os exemplos aqui citados, até então, já se consolidaram como influenciadores, criaram seus públicos-alvo e fazem milhões de tempo em tempo apenas com publicações em suas redes sociais. A questão é que, cada vez mais, há espaço para outras pessoas nessa área. 

42% da população mundial hoje em dia está em ao menos uma rede social. Em 2020, com a pandemia, o uso dessas plataformas cresceu 40%, segundo levantamento que utilizou dados das próprias empresas. A SocialBakers, empresa global especializada em marketing, apontou que em 2020 as marcas aumentaram em mais de 50% seus orçamentos para o braço de anúncios online. No Brasil, de acordo com estudo feito pela All in/Social Miner, 74% dos consumidores utilizam as redes sociais para encontrar produtos que desejam.

Nunca se consumiu tanto e nunca as empresas buscaram tanto por influenciadores.

Eu acho que tudo isso já deve ter te convencido de como as redes sociais são importantes para as vendas ou como elas são oportunidades para, quem não tem medo de exposição, fazer dinheiro. Essas plataformas são uma forma de conectar os consumidores aos seus desejos – e, em alguns casos, também de criar vontades.

É claro que isso não é fácil. É necessário todo um estudo e um planejamento para colocar tudo isso em prática. “O Instagram é uma ferramenta incrível para geração de receita. Ele te dá lives, stories, edição, hospedagem, te conecta à milhares de pessoas. Tudo isso, de graça. A primeira coisa que quem quer ganhar dinheiro com redes sociais precisa é perder o medo”, finalizam Amanda e Bettina. 

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