Boom do e-commerce muda indústria do varejo e abre janelas de oportunidades para ações americanas

O surgimento da Covid-19 alterou a dinâmica do planeta. Se antes as pessoas se reuniam para colocar a conversa em dia ou faziam questão de realizar compras em lojas físicas, agora o cenário se inverteu.

A imposição de lockdowns para evitar o contágio do vírus mudou os hábitos da população, que viu na Internet uma saída tanto para manter contato com o mundo exterior quanto para suprir suas necessidades de consumo.

Empresas do varejo que souberam antecipar o forte movimento do e-commerce foram as mais beneficiadas em 2020. Enquanto alguns consumidores aumentaram a frequência de compra no comércio eletrônico durante a pandemia, outros descobriram esse recurso pela primeira vez, ocasionando um avanço desenfreado das vendas online.

Segundo Breno Bonani, estrategista da corretora americana Avenue, tudo indica que essa tendência, que está transformando a indústria varejista, tem potencial para crescer mais nos próximos anos.

Dados divulgados pela empresa de tecnologia Salesforce em 2020 mostraram que as vendas digitais globais dispararam 71% no segundo trimestre e 55% no terceiro trimestre. Só no Cyber Week, houve expansão de 36% em relação ao mesmo período de 2019.

Os Estados Unidos estão entre os países com maior atuação do e-commerce no varejo total. De acordo com uma pesquisa do Shopify, o mercado americano lidera o ranking de compras internacionais no comércio eletrônico, seguido pela China, que saltou da quarta posição para o segundo lugar da lista.

Grandes apostas do setor

O boom do e-commerce em 2020 não só acelerou as vendas das empresas com participação relevante dos negócios no varejo eletrônico, como também teve efeito positivo nas ações.

Companhias como Amazon (AMZN), Etsy (ETSY), Alibaba (BABA), JD.com (JD) e a própria Shopify (SHOP) viram seus papéis saltarem na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Para Bonani, se o comércio online seguir em ritmo acelerado de expansão, as empresas podem continuar colhendo frutos dessa virada no setor.

No entanto, outros nomes chamam a atenção da corretora. São empresas como: Home Depot (HD) e Costco (COST), de decoração para casa; Walmart (WMT), do varejo alimentício; FreshPet (FRPT), de produtos para pets; Lululemon (LULU), de artigos esportivos; e Lowe’s (LOW), do ramo de materiais de construção.

A Visa (V) e a Mastercard (MA) são outras duas empresas que poderiam se beneficiar do crescimento das vendas online. Na opinião do estrategista da Avenue, as compras digitais já viraram uma realidade, e a expectativa é de que os consumidores passem a usar com mais frequência os cartões e as carteiras digitais no dia a dia, substituindo o dinheiro físico.

Há ainda as donas de aplicativos, que ganharam terreno na pandemia. Shopee, da Sea Limited (SE), Aliexpress, do Alibaba, e WISH (WISH) integram um segmento que pode, segundo projeções de 2018 da Statista, arrecadar US$ 3,5 trilhões em 2021, com 72,9% de participação no e-commerce global.

Repensando no modelo de negócio

A tendência do e-commerce está longe de ser passageira. E os lojistas não demoraram para perceber isso, tanto que muitos começaram a repensar nos seus modelos de negócio para se adaptarem à nova realidade.

As empresas estão mudando o formato das lojas físicas. Dentre as varejistas listadas na Bolsa americana, GAP (GPS), Macy’s (M), Best Buy (BBY) e Kohl’s (KSS) passaram a usar os espaços de estocagem para manter estoque extra às compras online.

As empresas também cederam mais espaço nas lojas físicas para devoluções e adotaram novos serviços, como a coleta na calçada, que ganhou bastante popularidade na pandemia. Walmart (WMT) e Costco (COST), por exemplo, já vinham implementando esse conceito em suas operações.

A Avenue é uma das principais corretoras do mercado para quem deseja realizar investimentos no exterior. A plataforma da empresa oferece produtos, relatórios, lives com estrategistas, análises de ações e ETFs, atendimento em português, relatórios para auxiliar na declaração de impostos e serviços de câmbio e transferência para você começar a investir, sem complicações, no mercado acionário americano.