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Bitcoin profanado: como uma simples thread no Twitter criou criptomoedas meme que subiram 230 vezes

21 maio 2023, 10:00 - atualizado em 19 maio 2023, 14:25
Bitcoin
Shitcoins BRC-20 congestionam rede e fazem preços subir; é uma boa para ganhar dinheiro?. Imagem: Pexels. Montagem: Mara Matos

As taxas de transações do Bitcoin dispararam dispararam nos últimos dias, causando diversos problemas e fazendo até mesmo as maiores corretoras de criptomoedas pausarem as transações da rede.

Isso aumentou a pressão vendedora do maior ativo digital do planeta e fez os preços caírem.

O motivo por trás desse movimento é o surgimento de um novo tipo de criptomoeda criado na rede do BTC, que está causando um verdadeiro frenesi na comunidade de cripto: os BRC-20.

Embora muita gente pense que a próxima moedinha que vai “passar a chinela” no Bitcoin e te deixar rico esteja nesse grupo, isso não é verdade. Mas elas existem em outros segmentos com muito mais utilidade e potencial.

Mas, antes de tudo, você precisa entender o que são essas novas moedas e como elas estão fazendo um bando de “nerds” de meia idade chorarem muito no Twitter, para então saber separar o joio do trigo nesse mercado que proporciona altos ganhos, mas também está cheio de ciladas.

Os “ordinários” dos memes NFTs

Para compreender o fenômeno do BRC-20, é fundamental que você saiba o que são os Ordinals.

Basicamente, trata-se de  fragmentos de textos inscritos em frações do Bitcoin, que possibilitaram a criação de NFTs na rede da maior criptomoeda do planeta. 

Sim, as mesmas imagens pixeladas de macacos que você estava acostumado a ver na rede Ethereum, agora também estão na arcaica (e segura) rede do Bitcoin. 

Fonte: Liqd NFT 

Mas por que o hype em cima disso? 

Bom, normalmente os NFTs que você conhece são criados usando contratos inteligentes (o que não é possível fazer na blockchain do Bitcoin) em Blockchains como Ethereum, Solana e BNB Smart Chain e, às vezes, os recursos que vêm junto com esses NFTs são hospedados em outro lugar “off chain”, ou seja, fora da Blockchain. 

Já os Ordinals são criados e armazenados diretamente na rede do Bitcoin utilizando Satoshis individuais (pequenas frações de Bitcoin) que são adicionados na rede sem a necessidade de uma sidechain ou um token separado, aproveitando-se assim da segurança e da “indestrutibilidade” do próprio Bitcoin. 

O macete aqui é usar uma brecha na atualização Taproot de 2021 para inscrever pequenas quantidades de dados em satoshis (mais precisamente 5 linhas de texto), permitindo assim que cada satoshi seja rastreado, transferido e “marcado” com significados únicos, tornando-os ativos não fungíveis (únicos entre si). 

Antes não havia como diferenciar um Satoshi de outro, agora abre-se a possibilidade de criar Satoshis únicos, ou seja, não fungíveis. 

No início tudo parecia legal, até investidores de criptomoedas se depararem com memes de sapos e imagens pornográficas enquanto navegavam em seus computadores.

O que soava apenas como uma forma da comunidade subverter e se divertir sendo rebeldes com a rede do Bitcoin, acabou sendo o motivo de uma verdadeira “profanação”.

Uma simples thread no Twitter de um desenvolvedor chamado Domo, que estava experimentando utilizar a mesma tecnologia por trás dos Ordinals para criar um novo tipo de token, os BRC-20, claramente inspirados nos ERC-20 do Ethereum, foi o gatilho para esse movimento… 

De uma maneira rudimentar e com apenas 3 funções (Deploy, Mint e Transfer), Domo abriu a porteira para uma nova geração de tokens inéditos no mercado, criados na Blockchain do Bitcoin.

Qualquer um poderia usar o seu modelo para criar novas criptomoedas, especificamente o “ticker”, o suply total do token e a quantia liberada por mint.


Pagando apenas o fee da transação e criando uma nova moeda (já são mais de 14 mil delas). 

O que resultou em uma enxurrada de novas moedinhas sendo criadas, em sua maioria memes, como segundas versões piratas de moedas como PEPE, SHIBA, DOGE e qualquer outro spin off barato de sapos, cachorros e memes que você provavelmente já conhece. 

Fonte: brc-20.io

O que antes era (estou falando de semanas) feito em marketplaces precários agora está chamando a atenção de desenvolvedores e empresários que buscam criar soluções para transformar a experiência de comprar shitcoins na rede do Bitcoin mais user friendly.

E assim, em uma thread no Twitter no meio da madrugada, esse desenvolvedor profanou a rede do Bitcoin e criou um mercado que já se aproxima de um market cap de 1 bilhão de dólares. 

A plataforma que mais chamou a atenção foi a Unisat, ganhando a maior parte do volume das transações envolvendo os BRC-20 e os Ordinals.

Fonte: https://dune.com/domo/ordinals-marketplaces

Mas o processo era um pouco mais complicado do que só entrar na plataforma e comprar os tokens, como você normalmente faria em uma corretora tradicional.

O que nos leva ao estágio 2 da evolução dessa loucura, onde corretoras conhecidas como a Gate.io estão listando esses novos tokens e tornando o processo de compra imensamente mais simples. 

Fonte: Yahoo Finance 

E a choradeira dos maximalistas começa…

Mas nem tudo são flores. Por outro lado, os Ordinals e os BRC-20 estão demandando muito da rede Bitcoin, fazendo as taxas aumentarem de maneira vertiginosa. 

Uma taxa de transação que meses atrás estava abaixo de 3 dólares hoje está acima de 12, como mostra o gráfico abaixo. 

Temos agora uma rede sendo utilizada ao seu limite, mais lenta e mais cara e muita gente chorando sobre isso no Twitter enquanto dizem que o Bitcoin está sob ataque. 

“O Bitcoin está sob ataque. Altas taxas de transação são os pontos escolhidos pelos atacantes, provavelmente para fazer […] o Bitcoin inutilizável para pequenos players” dizia um Tweet. 

Ataque ou inovação? 

Alguns reclamam que a ideia dos BRC-20 vai contra a ideia original de Satoshi e que a rede do Bitcoin não está sendo utilizada como deveria.

Outros defendem que agora se tornou “cool” construir na Blockchain do BTC novamente, o que pode atrair mais desenvolvedores e consequentemente mais inovações.

Por enquanto os BRC-20 são apenas shitcoins sem função, mas onde eles podem parar caso mais pessoas decidam explorar as possibilidades envolvidas aqui? 

Também tem aqueles que defendem que a alta nas taxas são um bom “stress test” para a rede.

Afinal, se o objetivo é um mundo onde todos usam o ultrasound money de Nakamoto (Bitcoin Standard), uma hora ou outra teríamos que lidar com grandes quantidades de transações.

Por que não lidar com isso agora enquanto os problemas são apenas crianças utilizando a rede pra fazer besteiras e não países inteiros tentando transacionar?

Só podemos sair dessa de uma forma: com uma rede mais desenvolvida, mais segura e com mais jovens nerds se divertindo. 

“Isso é o que você chama de livre mercado […] crescimento no ecossistema BRC-20 significa crescimento exponencial no Bitcoin” disse outro Tweet. 

Tá bom, mas e agora, José? 

Agora o que vem depois? Soluções de segunda camada? Talvez isso seja algo para ficar de olho.

Para aqueles que ficaram com vontade de se aventurar entrando em um mercado recém criado, vamos ser sinceros aqui: por enquanto não servem para nada além da mera especulação…

É necessário estar ciente que os tokens são inúteis e que existe uma grande chance de que você perca todo (ou pelo menos boa parte do dinheiro investido). Mas isso não quer dizer que as “minas de ouro” acabaram…

Se você pretende investir em moedas “normais” mas que estão em seus primeiros estágios de vida e podem te render bons lucros, o segredo é outro.

No dia 29 de maio, Vinícius Bazan, diretor do departamento de criptomoedas da Empiricus e uma das principais referências deste mercado no Brasil, vai revelar sua lista com 5 criptomoedas para buscar R$ 1 milhão começando agora em 2023. E não seria a primeira tacada ousada…

QUERO ACESSAR A LISTA

Não é a primeira vez que pessoas comuns ficam milionárias investindo nas moedas recomendadas…

O departamento de cripto da Empiricus foi o primeiro player do Brasil a recomendar a compra de AXS quando ela ainda valia por volta de US$ 0,50.

Todo mundo sabe o que aconteceu depois, com a moeda chegando a bater US$ 160 e muitos dos nossos assinantes ficando milionários ao longo do caminho.


Para ser mais específico, para bater um milhão com essa recomendação, bastaria você ter investido R$ 3.500. 

Agora ele tem uma nova lista de moedas pequenas que sequer estão nas corretoras, com boas chances de multiplicação. 

O evento será uma transmissão diretamente aqui do escritório da Empiricus na Faria Lima, com apresentação do CEO do Grupo Empiricus, Caio Mesquita.

E você pode reservar um ingresso para ter acesso a essa lista de moedas gratuitamente clicando no botão abaixo.

QUERO CONHECER AS 5 MOEDAS DO MILHÃO