BBDC4 e SANB11 despencam após resultados e analista afirma: 3T24 deve consagrar mais uma vez outro ‘bancão’
Dois dos principais “bancões” da bolsa brasileira, Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), já divulgaram seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024 (3T24).
E nenhum dos dois parece ter agradado o mercado. As ações SANB11 caíram 5,1% na terça-feira (29), dia seguinte à divulgação. Já os papéis BBDC4 fecharam a quinta-feira (31), data em que o banco reportou seu balanço, em baixa de 4,4%.
Por que as ações do Santander caíram?
À primeira vista, os resultados do Santander pareceram bons. O banco teve um lucro líquido gerencial de R$ 3,66 bilhões no 3T, uma alta de 34,3% na base anual e levemente acima das projeções.
O retorno sobre o patrimônio (ROE), indicador de rentabilidade que é um dos mais importantes para os analistas do setor financeiro, foi de 17% – acima das expectativas de 15,5%.
Sendo assim, por que as ações responderam com queda?
Segundo a analista Larissa Quaresma, da Empiricus, o resultado foi bom, com crescimento “razoável” da carteira de crédito de 6% na base anual e aumento de spread.
No entanto, a analista entende que o Santander necessitaria de uma recuperação “mais rápida” no ROE.
“Ainda não vejo uma grande assimetria. Precisaria ver uma recuperação de ROE mais rápida, com queda de inadimplência e resultados mais fortes ainda na tesouraria, para conseguirmos ver esse ROE aumentando sem o múltiplo se expandir muito”, disse.
Bradesco: processo de turnaround não será fácil
O Bradesco apresentou um lucro recorrente de R$ 5,2 bilhões no 3T24, alta de 13,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
No entanto, o que tem “pegado” para os investidores é a rentabilidade do Bradesco nos últimos trimestres. O ROE continua abaixo dos pares no 3T24: 12,4%, uma alta de 1,1 ponto percentual na comparação anual.
Para o estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, os resultados do Bradesco não foram ruins, “dada a tendência”.
No entanto, foram “aquém para quem precisa tocar um turnaround e negocia acima do valor patrimonial”, disse ao se referir ao valuation do banco.
“Com ROE de 12%, não dá para negociar acima do book [book value, ou valor patrimonial]. Se juntar a dinâmica de Bradesco e de Santander, o panorama para crescimento da carteira de crédito se deteriorou”, afirmou.
Miranda lembra que um processo de turnaround (reestruturação) já é difícil, mas no caso de um banco como o Bradesco e em um ambiente macroeconômico como o atual, é ainda mais.
“[O banco] Tem uma cultura um pouco mais lenta, um legado enorme, uma capilaridade grande. Pra fazer um turnaround com todas essas vicissitudes e ainda em um ambiente macro desafiador com crescimento do crédito, tem que dar um pouco de sorte além de ser bom”, completou.
Temporada deve consagrar – de novo – outro ‘bancão’, diz analista
Por isso, o estrategista-chefe da Empiricus acredita que a temporada atual “vai consagrar mais uma vez” outro “bancão”.
Trata-se de um banco que entrega resultados sólidos trimestre após trimestre, é um “play safe” no setor e as ações ainda estão em patamar de preço atraente.
Por conta dessas características, os papéis desse banco estão entre as 10 melhores ações da bolsa brasileira para comprar agora, segundo a Empiricus Research.
A seleção feita pela casa de análise foi disponibilizada como uma cortesia ao Money Times e pode ser acessada através deste link.
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