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Ativos alternativos são a solução para quem quer escapar da pasteurização de investimentos

11 dez 2019, 16:45 - atualizado em 12 jan 2021, 16:10
A tokenização de ativos reais garante liquidez a mercados pouco acessíveis e oferece ao público oportunidades com retornos que podem superar 300% do CDI (Imagem: Unsplash/@AleksiRaisa)

Títulos de renda fixa, ações ou fundos investem nesses ativos. Esse é o menu oferecido a quem deseja começar a investir. No entanto, em um cenário de Reforma Previdenciária, alterando regras de aposentadoria, e a expectativa de que a taxa básica de juros (Selic) caia ainda mais, chegando a ​4,5% ​ao ano, é preciso buscar alternativas capazes de ajudar na construção do pé de meia.

É claro que o investidor ainda deve consumir aquele menu de entrada, mas tem sido cada vez mais necessário diversificar e buscar novos pratos que protejam a carteira e, ainda assim, ofereçam bons resultados como parte do seu planejamento financeiro.

E um dos complementos que podem fazer parte da refeição de um investidor são os ativos alternativos, classe de investimentos bastante conhecida de ​Fundos, Family Offices e tesourarias de grandes empresas (inclusive de bancos)​.

A diversificação de portfólio é importante tanto para o investidor comum como para as empresas (Imagem: pixabay)

Os ​ativos alternativos se popularizaram especialmente após a crise financeira de 2008, em razão da busca intensa de clientes institucionais por opções que não tivessem uma correlação direta com o mercado tradicional, ou seja, buscavam ativos que se comportavam de uma forma fundamentalmente diferente.

Assim, crédito privado, ativos reais (infraestrutura, imóveis) e empresas nos seus estágios iniciais (​equity crowdfunding, venture capital) — só para mencionar alguns — foram convertidos em uma das principais estratégias de diversificação no mercado, criando um setor de US$ 7,7 trilhões em 2016, com previsão de crescimento de até US$ 15,3 trilhões em 2020, segundo o estudo da PwC sobre ativos alternativos.

Embora fosse um mercado em ascensão, ainda estava disponível apenas para grandes investidores.

É nesse contexto que o Mercado Bitcoin, maior Exchange de criptomoedas do país, com mais de 1,7 milhão de clientes e cerca de R$ 11 bilhões transacionados na sua plataforma, decidiu investir no desenvolvimento de sua infraestrutura para se tornar a maior plataforma de negociação de ativos alternativos, criando o MB Digital Assets, sua unidade de negócios responsável pela tokenização de ativos reais.

(Imagem: REUTERS/Paula Arend Laier)

“O mercado financeiro tem trabalhado com retornos médios que variam entre 95% e 115% do CDI. Com os tokens de ativos reais é possível, considerado o risco do próprio título, obter até 300% do CDI”, explica Reinaldo Rabelo,​ head de negócios da unidade de Digital Assets no Mercado Bitcoin. “Quando começamos a estudar esse mercado, percebemos que a maior parte do retorno se perdia nos quase doze intermediários que se empilhavam entre a originação e o investidor.”

Rabelo explica que os primeiros ativos oferecidos foram tokens de dívida pública judicial (precatórios do Estado de São Paulo) e que se esgotaram em poucos dias.

No total, já foram disponibilizados quatro lotes, mais de R$ 25 milhões em criptoativos que representam direitos sobre precatórios dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e também do Governo Federal.

“​Democratizamos o acesso ao high yield”, garante o executivo​.

No radar do MB Digital Assets, ainda estão diversos outros tipos de ativos, como garantias em operações imobiliárias e dívidas privadas relacionadas à exclusão de consórcio, aos fluxos de pagamentos de fornecedores e às atividades rurais, ainda sem previsão de lançamento.

Liquidez

Liquidez pode ser usada a favor do investidor, mas deve ser analisada com cuidado (Imagem: Pixabay)

De maneira geral, ativos alternativos estão disponíveis apenas para ​Fundos, Family Offices e tesourarias porque exigem um grande desembolso de caixa. O volume financeiro para investir nesses ativos pode facilmente passar da casa dos milhões, reduzindo muito a liquidez deles.

Com isso, duas palavras que aparecem aqui neste texto podem aproximar a realidade de investidores institucionais da sua.

A primeira, “tokenizar”, na prática, permite que o valor do ativo seja dividido em milhares de frações, os tokens — que, no caso dos precatórios, foram lançados a partir de R$ 88.

A segunda palavra, “democratizar”,​ é resultado direto da primeira, porque ​reduz a necessidade de altos desembolsos de caixa e, por essa razão, permite que você tenha acesso a retornos (e riscos, claro), antes não disponíveis.

Esse movimento, além de oferecer ao investidor a democratização do high yield, também dá ao proprietário de qualquer ativo uma alternativa para o alto deságio oferecido pelo mercado tradicional.

Isso acontece porque, quando o proprietário do ativo resolve tokenizar, esses tokens podem ser oferecidos na plataforma do Mercado Bitcoin quase que diretamente, reduzindo o número de intermediários e, assim, o desconto que o proprietário precisa conceder sobre o valor nominal para atrair o interesse de investidores.

Tokenização permite que haja menos intermediários e, consequentemente, menos taxas descontadas da rentabilidade total (Imagem: Pixabay)

“Aqui no MB, a decisão sobre ofertar os tokens na ​plataforma é sobre qual preço fica por conta do proprietário do ativo. Somos uma plataforma de intermediação entre quem detém um ativo digital e quem deseja adquiri-lo”, explica Reinaldo Rabelo. “Antes disso, no processo de tokenização, o MB Digital Assets faz a curadoria para registrar em blockchain, de forma imutável, todas as características do bem ou direito que será representado nos tokens.”

Se você está se questionando sobre a segurança de adquirir ativos alternativos, o executivo também reforça que, no caso dos precatórios, por exemplo, os valores são previstos no orçamento do estado e as datas de pagamento obedecem a uma sequência de expedição.

“Os tokens MBPRK04, último lote colocado à disposição, representam direitos sobre dívida pública de natureza alimentar e, por isso, têm prioridade na fila de pagamento em relação aos precatórios comuns”, afirma ele. Saiba mais sobre o pagamento dos precatórios do Rio de Janeiro.

Como qualquer investimento, existem riscos, como o eventual atraso de pagamento pelo estado ou os obstáculos à transferência, que devem ser considerados na sua avaliação de risco-retorno.

Porém, será que esses riscos são maiores do que investir em ações ou dívidas de empresas no mercado tradicional?

Como calcular o risco x retorno?

Todo investimento possui, pelo menos, duas pontas: aquele que está recebendo o retorno e o que está pagando pelo retorno. Claro, quem vai receber procura o maior retorno, enquanto os emissores procuram sempre pagar o menor custo possível. Os retornos são atingidos com esse balanço de forças.

O risco está associado ao grau de incerteza sobre esse ganho esperado no futuro. Quanto maior o grau de incerteza, maior a probabilidade do retorno ser diferente do retorno planejado.

É necessário muito planejamento antes de se arriscar no mercado (Imagema: Unsplash/@jbriscoe)

Para compensar a possibilidade de perda, o investidor costuma exigir um ganho adicional. Por isso, quanto maior o risco, maior o retorno esperado e vice-versa. O mercado precifica cada investimento de acordo com seu perfil de risco e retorno.

Entenda mais sobre isso no ​artigo “Risco x Retorno“.

No caso do token MBPRK02, por exemplo, que também representa um direito sobre dívida pública judicial (cessão parcial de um precatório do Estado de São Paulo), a expectativa de retorno era de 22,7% ao ano, para quem o adquiriu no primeiro período de vendas (R$ 100 por unidade, com estimativa de liquidação em 2022). Atualmente, o detentor do token pode negociar com outros clientes através da plataforma do Mercado Bitcoin e realizar parte do retorno (na média das últimas transações, de 4,22%).

No mesmo período, uma aplicação a 100% do CDI rendeu 1,62%.

Mercado secundário para ativos alternativos

Transações no mercado secundário trazem liquidez para o cliente que tem pressa (Imagem: Pixabay)

Além de adquirir os tokens diretamente do proprietário original, os clientes do Mercado Bitcoin podem vender os ativos digitais, posteriormente, para outros clientes cadastrados na plataforma (mercado secundário), seja por meio de sua plataforma web ou pelo aplicativo de smartphone.

As transações no mercado secundário são realizadas diretamente pelos investidores e têm como objetivo trazer liquidez para o cliente que não pode mais esperar pela previsão de pagamento de cada título.

Como começar?

Para começar, é muito simples e você não precisa de intermediários!

Basta criar uma conta no​ Mercado Bitcoin, enviar a documentação e aguardar o e-mail com o link de validação da conta.

O processo de investimento alternativo na Mercado Bitcoin é bem simples (Imagem: Bigstock)

Após isso, é só transferir da sua conta bancária para a sua conta no Mercado Bitcoin e seu depósito aparecerá em poucos minutos, a depender da compensação bancária.

Vale lembrar que a sua conta bancária de origem precisa estar no mesmo CPF da sua conta cadastrada no Mercado Bitcoin. O eventual resgate também só poderá ser feito em seu nome.

Assim que tiver o saldo confirmado na plataforma, você poderá escolher se quer comprar criptomoedas ou tokens, oferecer o preço que considera justo para o detentor do ativo e fazer bons negócios.