Americanas (AMER3) ‘perde credibilidade’ e varejista pode “capturar a virada de ciclo do mercado para o e-commerce”, segundo analista; entenda
Passados mais de seis meses após um dos maiores escândalos corporativos do país, a Americanas (AMER3) parece continuar sem boas novas para seus investidores.
E isso não é à toa, haja vista que a companhia está imersa em um rombo financeiro de mais de R$ 40 bilhões.
Depois de muito negar que o que de fato havia acontecido dentro da corporação fora uma fraude contábil, a varejista se encontra atualmente em um situação realmente “desafiadora”, segundo o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, durante entrevista ao programa Giro do Mercado.
Por um lado, o faturamento da companhia começou a cair aceleradamente após muitos clientes deixarem de comprar nos e-commerces da loja, pelo receio de não receber os produtos comprados.
Por outro lado, quando se olha para os acordos com os fornecedores, a situação da companhia também não vai nada bem.
De acordo com o analista, muitos fornecedores passaram a diminuir o prazo de pagamento da varejista, uma vez que possuem receios de levar ‘calote’. Se antes o prazo era de até 124 dias, em abril passou para oito dias, ou seja, “os fornecedores estão exigindo um pagamento praticamente à vista”, afirmou Ferrer.
Com isso, a companhia acaba tendo seu fluxo de caixa bastante deteriorado, uma vez que ela precisa pagar muito rápido, diferentemente dos privilégios antigos, em que ela podia demorar até 4 meses para pagar.
Para Ferrer, o escândalo com a fraude e as consequências tidas após isso fazem com que a Americanas se encontre, atualmente, em uma situação bem “fragilizada”.
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Queda de 90% no preço da ação: a Americanas pode falir?
Após anunciar as “inconsistências contábeis” inicialmente na empresa na casa dos 20 bilhões de reais, a Americanas perdeu cerca de 8,4 bilhões em seu valor de mercado, segundo o levantamento do TradeMap. Além da desvalorização da companhia, o preço da sua ação também caiu 90% após o escândalo, indo de R$ 12 para R$1,13 (cotado no dia 17/07/2023).
Apesar da varejista estar passando hoje por um processo de recuperação judicial, procedimento que tem por objetivo evitar que a empresa quebre quando está em uma crise financeira, as dúvidas sobre a recuperação da companhia estão pairando no ar.
Para Ferrer, embora as chances de falência sejam grandes, ele não vê que isso de fato vá ocorrer. Contudo, o analista acredita que seja necessário uma redução no tamanho da companhia, sugerindo até mesmo que seu atual modelo seja repensado.
“Acho que seria muito mais viável se Americanas virasse um business regional do que um business nacional como ela é hoje. Então a gente deixa ela bem menor, coloca um aporte financeiro e negocia com os credores nesse tempo”, afirmou o analista durante a entrevista.
A partir disso seria possível que o processo de recuperação da companhia fosse mais “suave”, sem maiores turbulências. Ao final da entrevista, Ferrer reiterou que não recomenda a compra da ação da varejista.
Mas, ainda assim, existem outras boas opções dentro do setor de e-commerce para quem gosta do segmento.
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Magalu (MGLU3) é a ‘pimentinha’ que não pode faltar no portfólio de investimentos
Para o analista, uma boa recomendação de compra para o momento é a varejista Magazine Luiza (MGLU3), também conhecida no mercado como Magalu.
A companhia que passou de ‘queridinha da bolsa’ para ‘patinho feio’ continua sendo uma boa opção quando o assunto é apimentar a carteira, comentou Ferrer. Isso porque, na opinião do analista, a varejista pode capturar essa virada de ciclo do mercado para o e-commerce.
Para além da recomendação, Ferrer falou sobre como o setor de e-commerce é bastante volátil quando o assunto são juros, desemprego e endividamento, lembrando que, apesar de ainda hoje haver famílias endividadas, a questão do emprego está “forte” e a perspectiva de queda de juros se aproxima no mês que vem.
Ou seja, na visão do analista, o setor passa hoje por um momento mais “positivo”, favorecendo o investidor.
A Magalu não é a única companhia que pode rechear a carteira: veja outros 9 papéis para buscar altos lucros
Atualmente a Magalu integra a carteira de ações recomendadas da casa de análise financeira, Empiricus Research, mas, além dela, existem outros 9 papéis na bolsa brasileira que podem ser boas apostas no atual cenário.
Além da Magalu, o relatório apresenta companhias que participam de outros segmentos como de energia, construção civil e saúde, sendo a maior parte delas líderes em seu mercado.
Na opinião dos analistas, algumas dessas ações estão extremamente baratas e possuem a chance de decolar mais de 50% no mercado.
A lista com as 10 melhores ações para se investir está em um relatório feito recentemente pela equipe de analistas da Empiricus Research. Nele, os analistas explicam a tese por trás de cada papel e por que os consideram uma boa opção para o cenário atual.
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