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A ‘farra da renda fixa’ pode acabar em breve, mas ainda dá tempo de buscar retornos generosos; saiba como aproveitar

15 set 2022, 11:00 - atualizado em 15 set 2022, 9:54
A expectativa de redução do IPCA divulgado no Relatório Focus desta segunda (12) pode significar o fim dos juros “gordos” nos títulos de renda fixa (Imagem: iStock).

O ano de 2022 foi muito interessante para os investimentos em renda fixa. De dezembro de 2021 até a última reunião do Copom em agosto, a taxa básica de juros, Selic, saltou de 9,25% ao ano para 13,75% a.a.

Esse movimento fez com que muitos investidores migrassem para renda fixa em busca de ativos mais seguros e com uma boa rentabilidade. Alguns títulos chegaram a oferecer 15% ao ano. 

Contudo, o cenário parece estar mudando. Nesta segunda-feira (12) o Banco Central divulgou o Relatório Focus, que considera a expectativa do mercado para inflação e crescimento do PIB, e os dados apontam para uma possível redução do IPCA em 2022 e 2023. 

Esta é a 11ª queda consecutiva da expectativa de inflação que pode indicar o fim do ciclo de aperto monetário e, consequentemente, das ofertas de títulos de renda fixa com juros ‘gordos’. 

Apesar de parecer que o “bonde” já passou, ainda é possível aproveitar algumas oportunidades. A seguir, vou contar o que você pode esperar da renda fixa nos próximos meses e onde encontrar as melhores recomendações antes que essa janela se feche.    

O que a redução da expectativa de inflação tem a ver com a renda fixa? 

A expectativa das mais de 100 instituições financeiras consultadas pelo Banco Central é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine 2022 a 6,40% ao invés de 6,61%, como divulgado no Focus da semana passada. A projeção também recuou de 5,27% para 5,17% em 2023. 

Talvez você esteja se perguntando o que isso tem a ver com a renda fixa. A grande maioria dos ativos desta categoria oferecem prêmios com base na taxa Selic. Esta, por sua vez, é usada pelo Banco Central como um instrumento para controlar a inflação. 

Funciona assim: quando os preços de produtos e serviços começam a subir, sem acompanhar o poder de compra da população, o Banco Central precisa intervir. Dessa forma, a principal estratégia utilizada pela instituição é aumentar a taxa básica de juros. 

Com a Selic alta, a aquisição de crédito tende a encarecer, freando o consumo da população. Se por um lado tomar dinheiro fica mais caro, por outro, os investidores da renda fixa saem ganhando. 

Entretanto, aumentar a taxa de juros é uma medida temporária. Ou seja, assim que a inflação começa a dar sinais de desaceleração, o Banco Central pode avaliar a redução da Selic. 

Para quem investe em renda fixa, isso significa que esses ativos começam a pagar menos, diante da redução do seu principal indexador. 

Impacto nos títulos 

Essa correlação já começou a aparecer nos títulos de renda fixa. Nesta segunda-feira, por volta das 13h, o Tesouro Direto Prefixado 2029 negociava cotas a 11,59% ao ano. 

11,59% ao ano não é nada mal, entretanto, em julho de 2022 este ativo chegou a pagar 13,59% a.a. Ou seja, 2 pontos percentuais a mais do que o que está sendo oferecido agora. 

Se a última alta da Selic realmente representar o fim do ciclo de aperto monetário, o prêmio da renda fixa pode cair ainda mais. 

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O Banco Central pode não aumentar a Selic este mês

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, está prevista para acontecer entre os dias 20 e 21 de setembro. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, uma nova alta da taxa básica de juros pode vir. Entretanto, especialistas acreditam que esse movimento é pouco provável.

Fonte: Seu Dinheiro
Fonte: Money Times

O CEO da Empiricus Research, Felipe Miranda, já tinha alertado os assinantes da série “Palavra do Estrategista no início de agosto sobre o fim da escalada dos juros no Brasil.

O analista não acredita em uma nova alta, mas aponta que a taxa Selic deve se manter nos 13,75% ao ano por mais algum tempo. 

Você ainda pode aproveitar a renda fixa com juros ‘gordos’

De acordo com Felipe Miranda, a discussão do corte de juros só deve acontecer em 2023. Ou seja, ainda há tempo para aproveitar ativos de renda fixa, pagando juros generosos. Diante desta janela de oportunidade, o especialista afirma que este é “o momento mais favorável para aumento de risco em portfólios de renda fixa”. 

Miranda recomenda o aumento de posições em ativos prefixados e, para os prazos mais longos,  os indexados à inflação. Os prefixados permitem que o investidor “trave” uma boa rentabilidade até o período de vencimento, enquanto os atrelados ao IPCA permitem ao investidor manter o seu poder de compra, já que são corrigidos pela inflação.

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  • Um CDB pré-fixado que rende 14,42% ao ano;
  • CDB do BTG que paga IPCA + 9,07% com prazo de um ano.

Vale lembrar que esses ativos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em aportes de até R$ 250 mil por CPF. Ou seja, você pode investir em um ativo com rentabilidade conhecida e segurança. 

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