Contas públicas não serão prejudicadas por combate ao coronavírus, diz BTG Pactual
Anunciada pela equipe econômica na semana passada, a injeção de recursos para combater o coronavírus e seus efeitos no PIB não deve prejudicar as contas públicas. A avaliação é do BTG Pactual, em relatório divulgado a clientes e assinado por Gabriel Barros.
O analista observa que o total de dinheiro posto à disposição pelo governo soma R$ 1,8 trilhão, sendo cerca de R$ 600 bilhões em recursos fiscais, e R$ 1,2 trilhão em medidas adotadas pelo Banco Central para estimular a liquidez no mercado de crédito.
Somando-se as medidas fiscais e “quase-fiscais”, o BTG Pactual conclui que as medidas com potencial de pressionar as contas públicas somam R$ 338 bilhões, ou 4,6% do PIB.
Para o analista, muitas medidas não causam impacto fiscal, “já que se referem à antecipação de despesas ou adiamento de taxas limitados a este ano.”
“Quando consideramos todos os tipos de medidas (fiscal, quase fiscal, monetárias e as anunciadas por bancos públicos), 91% não causam danos fiscais, o que é totalmente relevante e positivo”, afirma o BTG Pactual.
O banco acrescenta que o combate aos efeitos econômicos do coronavírus passa “claramente” por injetar “um monte de dinheiro” no sistema de saúde e em políticas de transferência de renda, mas isso “não resultará numa deterioração, estruturalmente falando, do resultado fiscal”.