Setor Elétrico

Consumo de energia elétrica no Brasil cai 1,5% em 2020 com pandemia, diz CCEE

19 jan 2021, 19:18 - atualizado em 19 jan 2021, 19:18
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Nos últimos quatro a cinco meses, houve uma rápida recuperação, principalmente nos setores de grande consumo (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O consumo de energia elétrica no Brasil recuou 1,5% em 2020 na comparação com o ano anterior, impactado especialmente pelos efeitos da pandemia de coronavírus, disse nesta terça-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Houve queda de 3,4% no mercado regulado, no qual os clientes são atendidos pelas distribuidoras de energia, segundo a CCEE. Mas o desempenho foi compensado pelo consumo no ambiente livre, em que grandes consumidores negociam diretamente com geradores e comercializadores, com alta de 2,8% no período.

O resultado final da demanda por eletricidade no ano frustrou expectativas mais otimistas– no começo de 2020, antes de a crise da Covid-19 emergir, a CCEE previa que o consumo no país cresceria 4,2%, maior alta desde 2013, impulsionado pelas previsões de melhor desempenho do Produto Interno Bruto (PIB).

Ainda assim, os números finais são melhores do que previsões mais pessimistas feitas no ápice da pandemia, em maio, quando a consultoria RegE, por exemplo, chegou a projetar uma queda de até 12% no comparativo anual.

“Nos últimos quatro a cinco meses, houve uma rápida recuperação, principalmente nos setores de grande consumo”, disse em nota o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri.

Ele afirmou que medidas como o auxílio emergencial ajudaram a amortecer o tombo da economia brasileira, com reflexos positivos sobre o uso de energia.

“Ainda assim, abril, maio e o início de junho foram muito ruins em termos de consumo nos setores de produção, bens e serviços. Nessa época acreditávamos que ficaríamos de 5% a 6% abaixo de 2019. Dadas as circunstâncias, uma redução de 1,5% é um dado animador”, acrescentou.

A carga de energia do sistema interligado do Brasil chegou a desabar 12% em abril, primeiro mês totalmente impactado por medidas de isolamento de governadores e prefeituras que visaram conter a disseminação do coronavírus no país.

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