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Consumo de café no Brasil cresce 1,7% em 2021, diz Abic

06 abr 2022, 16:23 - atualizado em 06 abr 2022, 16:23
Café
Quando analisado o indicador per capita em 2021, o consumo atingiu 6,06 kg/ano de café cru e 4,84 kg/ano de café torrado (Imagem: Reuters/Jorge Silva)

O Brasil, segundo consumidor global de café, registrou alta de 1,7% no consumo no ano passado, para 21,5 milhões de sacas de 60 kg, com o setor conseguindo manter o ritmo de crescimento apesar da oferta restrita e do impacto econômico da pandemia, afirmou nesta quarta-feira a associação da indústria Abic.

Os dados “reforçam o papel do café como um alimento importante para os brasileiros e para a indústria nacional… apesar da crise econômica gerada pela pandemia, que afetou diversos setores em 2021, a procura por café seguiu seu ritmo de crescimento”, disse a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) em nota.

A pesquisa anual mediu o consumo entre novembro de 2020 e outubro de 2021, apontando ainda que o Brasil está 4,5 milhões de sacas atrás dos Estados Unidos, o maior consumidor global.

Apesar do crescimento, o Brasil (maior produtor e exportador global de café) ainda está 500 mil sacas distante do recorde de 2017, de 22 milhões de sacas. Em dez anos, o consumo no país cresceu mais de 1 milhão de sacas, segundo dados da Abic.

Quando analisado o indicador per capita em 2021, o consumo atingiu 6,06 kg/ano de café cru e 4,84 kg/ano de café torrado.

“O bom desempenho na mesa do consumidor teve impacto direto na indústria: as empresas associadas à Abic registraram um crescimento de 2,77% no período”, afirmou a entidade, cujas indústrias filiadas respondem por 72,9% da produção do café torrado em grão e/ou moído e 85,4% de participação no mercado nacional.

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Após o país ter registrado uma safra de baixa no ciclo bienal do arábica em 2021, com a queda na produtividade sendo acentuada pela seca, a indústria registrou alta de preços e dificuldade para assegurar a oferta.

Segundo o Índice de Oferta de Café para a Indústria (IOCI), desde novembro de 2020 a situação “se mantém abaixo da normalidade, indicando que as empresas, de todos os portes, não têm a oferta regular de café em grão, com o abastecimento sendo gradual e seletivo”.

Essa situação foi refletida nos preços do café verde, que ficaram 155% mais altos para a indústria torrefadora no período de dezembro de 2020 a dezembro de 2021, enquanto reajuste no varejo foi de 52%.

Por categoria de produtos na prateleira, a Abic registrou variação de preços de 39,3% para o Extraforte, enquanto o Tradicional subiu 40,3%, seguido por altas do Superior (28,1%) e Gourmet (20,8%).