Consumidor é protagonista da agricultura do futuro, apontam especialistas
No último dia do evento AgriTrop2021, promovido pela Embrapa em março, teve como tema a inovação e o futuro da alimentação mundial, em que especialistas apontaram o consumidor como farol da agricultura do futuro, com soluções passando pela sustentabilidade.
Segundo Paulo Silveira, CEO da Food and Tech Hub, o modelo de inovação na área de alimentos está bastante consolidado no Brasil e a expectativa é expandir para outros países da América Latina, como Argentina, Colômbia e México.
Criado há pouco mais de dois anos, a ideia do hub é aglutinar food techs disruptivas para construção virtual de stakeholders.
O principal objetivo do Food Tech Hub é facilitar a inovação aberta e, para isso, trabalha com parceiros públicos e privados de CT&I no Brasil e no exterior.
“Os pilares que norteiam a atuação do Hub estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU e priorizam novas tecnologias voltadas à alimentação com base no aproveitamento sustentável e agregação de valor à biodiversidade brasileira, que representa cerca de 20% do Planeta”, disse Silveira.
Ele explicou que o hub iniciou parceria com o Ministério da Agricultura para elaborar um roteiro de novos nutrientes e proteínas alternativas.
Entre as principais linhas de atuação do Food Tech Hub, destacam-se a redução do desperdício e perda de alimentos durante o processo (food lost), segurança alimentar (food safe) e, com a pandemia, cresceu muito a tendência de serviços de alimentação (food service).
Relação produtor-consumidor
A agro influencer e produtora de hortaliças, Camila Teles, CEO da FarmCom, ressaltou a importância de intensificar a comunicação sobre o agronegócio brasileiro e a Agricultura Tropical e de combater fake news no setor.
“Decidi defender o agro de inverdades nas redes sociais porque estamos em uma era em que as pessoas espalham as informações que elas acham mais coerentes e as transformam em conhecimento com suas próprias conclusões”, disse.
Para ela, o risco é que as novas gerações do agro podem ser influenciadas de forma errada, com informações sem comprovação.
Para ela, uma das consequências da desinformação é desconectar a agenda do agro dos conceitos ligados à sustentabilidade. “Sustentabilidade tem que ser uma palavra que ande ao lado da palavra agropecuária”, enfatizou.
Na avaliação da agro influencer, um dos desafios da comunicação do setor é aproximar o produtor do consumidor final.
“Muitas vezes, produtores acabam passando uma imagem de superioridade, em fotos de colheitadeiras, uma do lado da outra, enfatizando que o agronegócio é gigante. A gente tem que humanizar o agro. Agricultura não tem tamanho, tem importância”, argumenta.
O pequeno agricultor tem importância, assim como o médio e o grande, todos são importantes e isso deve ser valorizado e comunicado”, disse. “O Brasil já está no futuro em relação a agricultura. Nós conseguimos enxergar que não tem só um modelo ideal de agricultura, mas vários nichos e formas de produção. O agro está sempre em desenvolvimento e sempre em mudança”, concluiu.
Com informações da Embrapa