Coluna do Kleber Stumpf

Consultoria ou assessoria: qual caminho seguir na hora de investir?

07 nov 2023, 14:23 - atualizado em 07 nov 2023, 14:23
investir investimentos
Hora de investir: Embora os termos “assessoria” e “consultoria” pareçam sinônimos, eles possuem diferenças cruciais no contexto financeiro. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Aos ouvidos das novas gerações, coisas como investir dinheiro apenas nos simples fundos de renda fixa soa tão antiquado quanto a ideia de guardar dinheiro no colchão. Fundos, bolsa, títulos, riscos, criptos… Enfim, são muitas as possibilidades e, por isso mesmo, muitas as dúvidas.

Nesse cenário, duas figuras adquirem uma importância especial: o assessor e o consultor de investimentos. Embora os termos “assessoria” e “consultoria” pareçam sinônimos, eles possuem diferenças cruciais no contexto financeiro.

Seja você um investidor, seja você um assessor/consultor desse mercado, é indispensável entender as nuances dessas opções.

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Investimentos: Qual a diferença entre assessor e consultor?

Em poucas palavras, o consultor financeiro tem uma atuação mais ampla e profunda na vida do cliente, especialmente no manejo dos recursos por ele. Já o assessor é mais focado em soluções específicas, em produtos e serviços financeiros pontuais.

Ou seja, o consultor mergulha na vida do cliente, a fim de organizá-la financeiramente no todo — incluindo na seara dos investimentos. O assessor, por sua vez, age mais como um mediador entre as instituições financeiras e os clientes, oferecendo a estes as soluções mais adequadas.

Responsável por ajudar os clientes a alcançar seus objetivos financeiros por meio de estratégias de investimento, planejamento de aposentadoria, gestão de riscos e outros serviços financeiros relacionados, a atuação via consultoria tem como grandes atrativos a independência e a autonomia, além do desenvolvimento de relacionamentos de longo prazo, que podem ser muito rentáveis. Ademais, consultores financeiros podem ganhar valores significativos com base nos serviços que prestam.

Vai trabalhar na área?

Mas, nem tudo são flores. Consultores costumam trabalhar sob grande pressão para atingimento de metas de vendas e captação de clientes. Isso pode criar um ambiente competitivo e estressante. Por fim, o grande empecilho para a atuação de consultoria é a certificação CEA, dada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Essa certificação pode ser considerada desafiadora e requer do consultor muita dedicação.

Com a atenção voltada mais aos produtos em si, com soluções mais específicas, o assessor por sua vez atua como intermediário entre os clientes e as instituições financeiras. Nesta atuação, o assessor pode ficar limitado em oferecer somente os produtos da instituição em que é vinculado. Entretanto, uma das vantagens é que o assessor pode ganhar comissões significativas com base nos produtos que oferece e também na gestão de ativos dos assessorados.

Entre os pontos de atenção para o assessor está o conflito de interesses. É preciso driblar a tentação de oferecer produtos não tão vantajosos, mas que pagam boas comissões.

Também, é um pouco mais complicado construir uma carteira de clientes — seja porque isso exige muita dedicação, seja pela competitividade. Aqui, há a necessidade da certificação Ancord, processo que busca verificar se os candidatos têm os conhecimentos e habilidades exigidas para o exercício da atividade.

A decisão entre se tornar um consultor ou um assessor financeiro depende de suas preferências pessoais, habilidades e metas de carreira. Ambas as possibilidades oferecem oportunidades financeiras e de relacionamento, mas também vêm com desafios únicos. É crucial que você faça uma pesquisa completa e procure direcionamento especializado — especialmente com quem já trilhou esse caminho.