Construtoras: XP corta na carne preço-alvo de CYRE3 e outras de médio/alto padrão
A XP revisou as estimativas para construtoras do segmento de média/alta renda. Com isso, atualizou preços-alvo e recomendações para a Even (EVEN3), Eztec (EZTC3), Trisul (TRIS3) e Cyrela (CYRE3).
Para a Even, a XP elevou a recomendação de neutra para compra. Entretanto, o preço-alvo passou de R$ 13 para R$ 9. Por outro lado, a instituição cortou a recomendação para as ações de Eztec e Trisul, de compra para neutra, além dos preços-alvo. De EZTC3 caiu de R$ 48 para R$ 22, enquanto de TRIS3 passou para R$ 6,10, de R$ 14 anteriormente.
A Cyrela, por sua vez, teve a sua recomendação de compra mantida, seguindo como a preferida do setor. Porém, a XP cortou o preço-alvo de R$ 33 para R$ 26.
Construtoras de média/alta renda sob revisão
O head de real estate da XP, Ygor Altero, avalia que é esperado uma combinação negativa de financiamento da poupança sob pressão, com menor poder de precificação dos imóveis, taxas de juros imobiliárias mais altas afetando o poder de compra. Além disso, dos níveis mais altos de estoque em São Paulo.
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Em contrapartida, a expectativa da XP é de desaceleração nos custos da construção civil, vendas líquidas saudáveis mantendo o indicador de velocidade de vendas (VSO) razoável e maior seletividade nos novos lançamentos. “A gente espera que tenha foco na rentabilidade e também distratos sob controle”, diz Altero.
Sobre as revisões, o head de real estate avalia que a XP tem “visões mistas” para o segmento, mas favorecendo nomes de alta qualidade, como a Cyrela, a principal escolha da casa de análises no segmento de alta renda.
“Os fundamentos ainda não sustentam uma visão construtiva, mas o cenário macroeconômico fala mais alto. O segmento de média/alta renda tem alta correlação com as taxas de juros de longo prazo, o que afeta positivamente os preços de ações de beta mais alto”, diz Altero.
Construtoras com ‘valuation’ interessante
O profissional da XP diz ainda que o valuation dessas empresas “parece interessante” em relação aos níveis históricos. Todavia, “não uma barganha”.
Altero observa que, atualmente, o segmento de média/alta renda está sendo negociado a 0,8 vez o preço da ação em relação ao valor do patrimônio líquido, o que parece atrativo em comparação com a média histórica da XP, de
1,3 vez.
“O setor teve um bom desempenho recentemente, com alta perto de 40% desde o início do ano, explicado pelas expectativas de mercado de taxas de juros mais baixas no futuro”, diz. A projeção da XP é de que a Selic esteja em 11% até meados de 2024.
Portanto, até lá, Altero reforça que a taxa de juros de dois dígitos mantém o cenário macroeconômico desafiador. “Sendo assim, a qualidade importa em um cenário incerto”, ressalta, acrescentando que, por isso, a XP tem preferência pela Cyrela.
“Explicada por forte desempenho operacional em relação aos principais pares do setor, margem bruta saudável no ano e balanço robusto para navegar nesse cenário desafiador de juros mais altos”, destaca.