Construtoras trocam cimento por cânhamo para reduzir poluição
Os campos de cânhamo que brotam em uma parte do Canadá mais conhecida por sua gigante reserva de petróleo mostram como as mudanças climáticas têm transformado o setor de construção.
Seis anos depois de se estabelecer à sombra do campo de petróleo de Calgary, Mac Radford, 64 anos, diz que não consegue atender todos os pedidos de materiais ecológicos de construtoras que tentam diminuir suas pegadas de carbono. Seu negócio, a JustBioFiber Structural Solutions, está na vanguarda das empresas que usam o cânhamo – o tedioso primo da maconha, sem substâncias psicoativas – para mitigar os gases de efeito estufa que causam o aquecimento global.
Em todo o mundo, construtoras estão usando soluções modernas em métodos de construção antigos que empregam o saudável cânhamo. Engenheiros romanos usavam as fortes fibras da planta na argamassa que misturavam para sustentar pontes. Mais recentemente, o ex-consultor da Casa Branca Steve Bannon considerou o uso do chamado concreto de cânhamo para construir paredes. Os primeiros resultados indicam que é possível explorar a demanda por alternativas mais limpas ao cimento.
“Temos muito mais demanda do que podemos atender”, disse Radford, em sua fábrica em Airdrie, que está em expansão e logo espera produzir um volume anual de tijolos de cânhamo suficiente para construir 2.000 casas.
Alternativas mais verdes ao cimento aumentam a pressão sobre empresas como LafargeHolcim e Votorantim Cimentos diante dos esforços globais para reduzir as emissões.
Fabricantes de cimento são responsáveis por cerca de 7% do dióxido de carbono global emitido na atmosfera todos os anos. Os fabricantes dizem que é um desafio encontrar mercados para alternativas mais ecológicas, abrindo caminho para empreendedores como Radford, que atendem a clientes preocupados com o impacto de seus negócios no planeta.