ImóvelTimes

Construtoras têm dia animado com medida assinada por Lula; veja reação na Bolsa

15 fev 2023, 14:17 - atualizado em 15 fev 2023, 18:16
Minha Casa Minha vida
Ações de construtoras têm mais um dia de alta, com destaque para MRV (MRVE3), em meio à volta do Minha Casa, Minha Vida (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

As ações das empresas de construção civil fecharam em alta nesta quarta-feira (15) na B3, impulsionadas pelo retorno do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar ontem medida provisória que determina a volta e a modernização do programa.

Conforme esperado, a formatação do programa no governo Lula enfatiza o atendimento a pessoas de baixa renda, que se encaixam na faixa 1. Quem surfa na onda do retorno do Minha Casa, Minha Vida são as construtoras de baixa renda.

As ações da MRV (MRVE3) foram uma das que mais subiram no índice Ibovespa, encerrando o pregão em alta de 5,85%.

A construtora mineira ainda puxou a valorização de Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), que subiram 2,30% e 1,66%, respetivamente. A Tenda (TEND3) fechou em alta de 3,42%, enquanto a Lavvi (LAVV3) subiu 2,3%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Minha Casa, Minha Vida anima construtoras

O Minha Casa, Minha Vida, rebatizado de programa Casa Verde e Amarela (CVA) em 2020 pelo governo de Jair Bolsonaro, é oportunidade para brasileiros realizarem o sonho de ter a casa própria. Agora, o programa se torna o “pulo do gato” para construtoras em 2023.

Os analistas de real estate do Santander, Antônio Castrucci, Fanny Oreng e Matheus Meloni, avaliam que as empresas têm demonstrado sentimento positivo para este ano, refletindo a vontade do governo Lula de
impulsionar o programa. Destaque também para as melhorias adicionais de acesso ao crédito como a ampliação do FGTS consignado e do financiamento imobiliário de 420 meses.

Algumas mudanças do Minha Casa, Minha Vida já foram anunciadas pelo governo federal. Uma delas é a proposta de destinar 50% das unidades financiadas ou subsidiadas para a faixa 1 do programa, destinado às famílias com renda bruta de até R$ 2.640. Os subsídios nessa faixa variam entre 85% e 95%.

A meta do governo Lula é contratar 2 milhões de moradias até o fim do mandado em 2026. A previsão é de que o teto atual do valor do imóvel na faixa 1, de R$ 96 mil, seja ampliado.

A equipe econômica da Genial Investimentos acrescenta que os valores das unidades que serão habilitadas nessa faixa do Minha Casa, Minha Vida ainda não foram definidos e ficam a critério do Ministério das Cidades.

“As taxas de juros de cada faixa também não foram definidas, mas, a princípio, não devemos ver mudanças”, comenta.

Ações avançam com a volta do MCMV

Apesar de não ter interesse de atuar na faixa 1, as ações da MRV seguem surfando na onda da volta do programa, operando em alta ao longo do pregão pelo quarto dia seguido.

Segundo os analistas do Santander, as construtoras estão dispostas a voltar a operar na faixa 1 – mas só se a nova estrutura fornecer mais garantias em relação aos pagamentos.

“A Direcional está mais cautelosa no segmento médio/baixo padrão, principalmente, devido a preocupações associadas ao aumento dos custos de financiamento de hipotecas”, diz a equipe do banco.

A volta do Minha Casa, Minha Vida também deixa analistas animados com os papéis, sobretudo de Cury e Direcional.

A aposta é de que elas devem continuar tendo bons desempenhos após atravessarem a crise recente do setor, em função da pandemia de Covid-19 e da alta de custos, exibindo margens melhores.