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Construtoras revelam números fortes no 3T23, mas ações caem. Por quê?

11 out 2023, 14:01 - atualizado em 11 out 2023, 14:01
Direcional construção civil construtora
Ações de construtoras lideram perdas do setor após empresas divulgarem prévia de resultados de julho a setembro (Imagem: Direcional/Divulgação)

As ações de Tenda (TEND3), Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3) lideram as perdas entre construtoras e incorporadoras listadas na Bolsa brasileira nesta quarta-feira (11), véspera de feriado local.

Ontem, as empresas divulgaram suas prévias operacionais do terceiro trimestre. Sendo assim, por volta das 14h (de Brasília), os papéis da Tenda recuavam 5,4%, enquanto Direcional e Cury caíam 2,3% e 2,2%, respectivamente.

Além de reportar os números prévios, o setor de construção civil acompanha a queda do índice Ibovespa, perto de 0,3%, e essas empresas corrigem um pouco a alta observada na véspera, com a Cury na dianteira ao subir 3,5%.

No entanto, sobre os primeiros números do terceiro trimestre, o Itaú BBA avalia que os resultados foram positivos
e confirmaram o forte impulso do segmento de baixa renda.

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Tenda puxa tombo de construtoras

Sobre a prévia da Tenda (leia aqui), que ações entraram em leilão há pouco, o BBA comenta que a empresa apresentou um forte resultado operacional, liderado pelas vendas contratadas.

Além disso, os analistas destacaram os números de lançamentos, com o resultado consolidado apoiado pelo bom desempenho da subsidiária Alea. Já a equipe de real estate do Santander ressalta que os dados da prévia foram melhores que o esperado.

Por sua vez, o BTG Pactual acredita que a construtora mineira está no caminho certo para cumprir seus planos de recuperação, que é de crescimento de vendas e recuperação de margem e rentabilidade.

Caixa forte da Cury reforça bons dividendos

Querida por parte dos analistas que cobre o setor, os analistas do BTG veem a Cury mantendo o pagamento mais forte de dividendos após reportar geração de caixa recorde, de mais de R$ 137 milhões (leia a prévia aqui).

No terceiro trimestre, a companhia distribuiu R$ 150 milhões aos acionistas.

“Gostamos do que vimos nos números operacionais. A empresa continua crescendo, embora um pouco abaixo da nossa estimativa, e gerou um caixa forte. O que é uma grande conquista. Com um balanço robusto e essa geração de caixa, a Cury deverá continuar a pagar grandes dividendos aos acionistas”, dizem.

Para a equipe do Santander, a construtora e incorporadora teve “outro trimestre impressionante”. Para eles, foi uma combinação de vendas líquidas contratadas robustas e a geração de caixa. O que, para os analistas, deverá impulsionar o reconhecimento de receitas.

“Atribuímos o desempenho da companhia não apenas aos melhores parâmetros de acessibilidade dentro
do programa Minha Casa, Minha Vida [MCMV], mas também ao mix diferenciado de produtos da empresa. Além da força de vendas altamente engajada”, avalia o banco espanhol.

Direcional sólida, mas abaixo do esperado

Na análise do Itaú BBA, de julho a setembro, a Direcional continuou a desfrutar de um forte impulso operacional (leia a prévia aqui), com mais um trimestre de vendas recorde e desempenho robusto na subsidiária Riva.

Já o BTG comenta que as vendas líquidas e os lançamentos da companhia continuam crescendo bem, tanto no MCMV quanto na Riva. Entretanto, o fluxo de caixa, no qual consumiu ante geração no trimestre anterior, ficou abaixo da expectativa de seus analistas.

“Entendemos que a Direcional está investindo pesado para crescer nas operações. Mantemos uma visão positiva sobre o setor de baixa renda”, diz a equipe do banco.

Desta forma, na avaliação do Santander, a construtora mineira apresentou números fortes, mas abaixo do esperado.