Construtoras: Investidor pode ter bons retornos com ações, mas não agora, diz Itaú BBA
As ações do setor de construção estão excessivamente descontados, o que pode garantir retornos consideráveis para o investidor – mas não agora, diz o Itaú BBA.
De acordo com a instituição, o setor caiu muito na Bolsa (45% nos últimos doze meses e 15% nos últimos 30 dias), o que quer dizer que uma correção de preço seria esperada nesse momento, com as ações subindo 10%.
Porém, a falta de visibilidade de um ponto de virada no cenário macro e as condições ainda deterioradas da economia devido à inflação elevada impedem que o BBA tenha uma visão mais positiva sobre os papéis.
“As chances de uma inflexão nos ambientes macro e micro dentro de um ano (base para nossos ratings) são baixas”, comentam Daniel Gasparete, André Dibe, Bruna Breunig e Alejandro Fuchs, analistas que assinam o relatório divulgado nesta terça-feira (5).
O BBA vê potencial de alta limitado para as construtoras após esse possível rali de curto prazo. A instituição acredita, inclusive, que existe risco das ações alcançarem valuation menor antes de engatar uma retomada.
Por outro lado, o BBA reconhece que o ciclo vai eventualmente virar para o lado positivo.
“Investidores já podem achar retornos atrativos dentro do setor (~30 IRR [taxa interna de retorno]) se tiverem paciência (três anos) e tolerância para volatilidade”, completam os analistas.
Preferência por baixa renda
O BBA tem preferência por empresas do segmento de baixa renda dentro do setor, como MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3), Cury (CURY3) e Plano&Plano (PLPL3).
Quatro fatores explicam por que a instituição prefere estar exposta a esses ativos:
- risco positivo relativamente maior para as operações (oferta limitada e demanda em recuperação);
- risco negativo relativamente menor para as margens (pressão de custos migrando de matérias-primas para força de trabalho, um componente do qual a baixa renda está mais protegida);
- expectativas mais ajustadas de resultados; e
- valuation mais barato (spread P/VP [preço sobre valor patrimonial] entre players de baixa renda e média renda está perto da mínima histórica).
Em relação ao segmento de média renda, o BBA acredita que é mais provável que o cenário continue desafiador. O nome mais bem posicionado nessa categoria, na avaliação dos analistas, é a Moura Dubeux (MDNE3), por ser um ativo com baixa alavancagem, bom tamanho e backlog de receitas alto, além de expectativas baixas de queima de caixa.
Empresa | Ticker | Rating | Preço justo |
---|---|---|---|
Cyrela | CYRE3 | Market perform | R$ 15 |
Direcional | DIRR3 | Outperform | R$ 16 |
Even | EVEN3 | Market perform | R$ 5,50 |
Eztec | EZTC3 | Market perform | R$ 19 |
Helbor | HBOR3 | Market perform | R$ 3 |
JHSF | JHSF3 | Market perform | R$ 7,60 |
Lavvi | LAVV3 | Market perform | R$ 6 |
Lopes | LPSB3 | Market perform | R$ 3,30 |
Moura Dubeux | MDNE3 | Outperform | R$ 9 |
Melnick | MELK3 | Market perform | R$ 4 |
MRV | MRVE3 | Outperform | R$ 12 |
Mitre | MTRE3 | Market perform | R$ 5,50 |
Plano&Plano | PLPL3 | Outperform | R$ 3 |
Tecnisa | TCSA3 | Market perform | R$ 2,40 |
Tenda | TEND3 | Market perform | R$ 5 |
Trisul | TRIS3 | Market perform | R$ 4 |
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