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Construtoras fecham safra de balanços com números mistos; Dívida dispara e ação despenca

16 maio 2023, 16:45 - atualizado em 16 maio 2023, 16:46
Gafisa GFSA3
Ações de construtoras têm movimento misto após passarem a régua em temporada de balanços; uma cai 7% (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

As ações de construtoras e incorporadoras têm movimento misto no pregão desta terça-feira (16) após passarem a régua na temporada de resultados financeiros no primeiro trimestre deste ano.

Por volta das 16h40 (de Brasília), as ações da Even (EVEN3) subiam 3,2%. Em contrapartida, a subsidiária Melnick (MELK3), que também reportou resultados, tinha queda de 1,4%.

Entre janeiro e março, a empresa de construção civil viu o seu lucro líquido disparar 263% ante o mesmo período do ano passado, para R$ 55 milhões. Já a receita líquida da Even cresceu 36% na base anual, para R$ 625 milhões.

O head de real estate da XP, Ygor Altero, avalia que a construtora e incorporadora apresentou resultados ligeiramente positivos. Ele destaca que o avanço da receita respondeu às vendas mais fortes de estoque, além de um desempenho consistente nas vendas líquidas da subsidiária Melnick.

Entretanto, o analista comenta que a margem bruta, de 22,1%, foi fraca ao cair 3,0 pontos percentuais (p.p.) na comparação com um ano antes. O resultado refletiu os descontos nos valores de vendas da Melnick. “Apesar da margem bruta da Even aumentar para 26,6%, alta de 4,9 p.p.”, pondera Altero.

No entanto, a equipe de real estate do Santander ressaltam que os números da Even ficaram acima do esperado, após esforços comerciais para vender unidades mais próximas da entrega. Como também unidades concluídas.

Construtora tem dados neutros

Sobre os números da Melnick, o profissional da XP observa que foram “neutros” no primeiro trimestre. Enquanto a empresa atingiu lucro líquido de R$ 20 milhões, queda de 9% na base anual, as receitas avançaram 44% na mesma base de comparação, somando R$ 299 milhões.

“A subsidiária da Even teve vendas de estoque fortes durante seu evento promocional, o Melnick Day, abrindo espaço para a empresa começar a acelerar os lançamentos”, comenta o analista. Contudo, ele cita que a margem bruta desacelerou para 17,1%, caindo 12,0 p.p. ante um ano antes.

Ação de construtora despenca enquanto dívida dispara

Quem também fechou a temporada de balanços do primeiro trimestre foi a Gafisa (GFSA3). As ações da companhia, que exibem comportamento diverso nos últimos meses, reage aos números divulgados ontem com pessimismo. No horário acima, os papéis recuavam 7,8%.

O analista do Bradesco BBI, Bruno Mendonça, avalia que a construtora e incorporadora reportou melhoria nas vendas. Todavia, há alguns riscos importantes ainda precisam ser tratados.

A Gafisa encerrou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 34 milhões, ante lucro um ano antes. Por outro lado, a receita líquida cresceu, somando R$ 292,5 milhões. Contudo, o analista destaca que a margem bruta da Gafisa foi de 10,3%, com tombo de 20,8 p.p. em base anual.

Apesar da empresa não ter lançado empreendimentos no primeiro trimestre, Mendonça acredita que a Gafisa registrou uma boa evolução nas vendas contratadas. Porém, ainda não sendo o suficiente para aliviar significativamente seu estoque de 22 meses de vendas

“A lucratividade da empresa com projetos também foi prejudicada pelo maior custo de financiamento, com uma margem bruta ajustada de 27%, mas com margem bruta consolidada abaixo da média em cerca de 10%”, pondera.

Para o analista, a relação dívida/patrimônio líquido de 64% ainda sugere uma tese de risco de execução. A empresa encerrou o trimestre com dívida líquida de R$ 1,14 bilhão, salto de 202% na comparação anual.

“Pois com o atual valor de mercado de R$ 334 milhões, qualquer necessidade de capital adicional levaria a uma diluição significativa de participação”, diz.

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