Construtora Rossi (RSID3) pretende abrir ação contra membros da família fundadora da companhia
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A construtora Rossi (RSID3) anunciou na noite de terça-feira que seu conselho de administração aprovou convocação de assembleia extraordinária de acionistas para votar proposta de abertura de processo de responsabilidade civil contra integrantes da família fundadora da companhia.
A empresa, em recuperação judicial, afirma que houve “uma série de irregularidades, identificadas em investigação interna realizada após a alteração promovida na diretoria da companhia, em outubro de 2024, perpetradas por Fernando Miziara de Mattos Cunha, João Paulo Franco Rossi Cuppoloni e Renata Rossi Cuppoloni Rodrigues que resultaram em prejuízo à companhia”, segundo fato relevante ao mercado.
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A Rossi afirmou que as investigações continuam com apoio de empresa especializada, “mas em decorrência da relevância e robustez dos fatos e evidências já identificados e dos prazos prescricionais existentes na Lei das S.A., a administração recomendou pela convocação da assembleia”.
A companhia não deu detalhes no fato relevante da véspera sobre as supostas irregularidades, mas, em comunicado à imprensa nesta quarta-feira, citou 12 “principais” questões incluindo transferência de ativos “sem evidência de pagamento”, “indícios de simulação de contratos” no valor de R$4 milhões, contratos “irregulares” com partes relacionadas e ocultação de informações.
Segundo a Rossi, a apuração envolve eventos ocorridos entre 2016 e 2024. As informações constam em proposta detalhada da administração para a convocação da assembleia de acionistas com cerca de 380 páginas.
A Rossi afirmou ainda no comunicado à imprensa que pretende buscar anulação das aprovações de contas da empresa dos anos de 2022 e 2023, “bem como tomar todas as medidas necessárias e convenientes para a preservação dos interesses da companhia e do conjunto de seus acionistas e ‘stakeholders’, incluindo a formalização de denúncia aos órgãos reguladores do mercado e ajuizamento de medida criminal em face dos seus ex-executivos”.
Em comunicado à imprensa citando os irmãos Rossi, o ex-presidente da Rossi Mattos Cunha afirmou que a ação de responsabilidade proposta pelos atuais gestores da construtora “não é resultado de auditoria independente, ou seja, não existe investigação formal”.
Segundo Cunha, a proposta da atual gestão da Rossi “ocorre depois de sucessivas derrotas sofridas na Justiça, nos processos de arbitragem e na CVM, envolvendo disputa societária”. Ele citou que os conselheiros que lideram a proposta foram indicados pelo investidor Silvio Tini, que teve direitos políticos na Rossi suspensos em meados de dezembro após decisão da Câmara de Arbitragem do Mercado.
“Miziara e os irmãos Rossi reiteram o compromisso com as melhores práticas de governança corporativa e jamais cometeram qualquer irregularidade”, afirmou Cunha no comunicado.