Construtora dispara 80% no ano e bancos gringos dão voto de confiança; Veja se é hora de comprar
A Tenda (TEND3) atravessou a pandemia de covid-19 bastante machucada e, entre janeiro e março de 2023, chegou a seis trimestres seguidos de prejuízo líquido. Além disso, desde 2020, a companhia aumentou dívidas, queimou caixa e ficou mais alavancada.
“Após grandes estouros de custos em 2021, a Tenda deixou de ser uma das ações preferidas dos investidores para ter pouco interesse dos clientes”, relembram os analistas do Credit Suisse, Pedro Hajnal e Vanessa Queiroga.
Contudo, a empresa abriu o ano mostrando que está no caminho da recuperação. Para isso, vem reduzindo o prejuízo, a alavancagem, melhorando as margens e gerando caixa.
Construtora e ‘um novo nascer do sol’
Com isso, os analistas do banco suíço veem “um novo nascer do sol” para a construtora mineira e, assim, elevaram a recomendação de neutra para compra e o preço-alvo subiu de R$ 9 para R$ 11 por ação ordinária.
“Com a maior parte dos gargalos de execução já resolvidos, a empresa está bem posicionada para retomar a lucratividade e superar as expectativas do mercado”, justifica a equipe do Credit Suisse.
Hajnal e Queiroga acreditam que o processo de recuperação da Tenda deve ser bem-sucedido. No entanto, após os resultados do primeiro trimestre deste ano, eles acreditam que “o pior já passou”.
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Além disso, o Credit Suisse vê um grande potencial de revisões de ganhos para a companhia e esperam a materialização de “ventos favoráveis” para o segmento de baixa renda. Os analistas ainda dizem ver baixos riscos de deterioração do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
“Apesar da discussão sobre o rendimento do FGTS, temos uma visão positiva para todas as construtoras de baixa renda, sendo nossa preferência por MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3) e Tenda”, comentam.
Outro gringo banca TEND3
Mas não foi só o Credit que deu um voto de confiança para a Tenda. O JP Morgan também elevou a recomendação para as ações da construção. Porém, de venda para neutra.
Em uma avaliação mais tímida, eles comentam com a empresa de construção civil está mostrando “uma melhora mais rápida do que o esperado nas margens brutas”.
Os analistas mencionam que a Tenda também se beneficiará do programa habitacional Pode Entrar, da prefeitura de São Paulo. De modo que há uma potencial redução da dívida líquida sobre o patrimônio líquido para perto de 26%, dependendo de como o caixa do programa será contabilizado.
Entretanto, apesar do otimismo com a construtora mineira, o Credit Suisse projeta alguns riscos para a companhia, como recuperação mais longa e derrapagem de custos. Em contrapartida, os ajustes previstos para o Minha Casa, Minha Vida e um segundo programa “Pode Entrar” podem impulsionar uma alta de TEND3.
A Tenda sobe perto de 30% em maio, enquanto a acumula valorização de 79,4% em 2023, sendo a construtora listada na B3 com o melhor desempenho do ano.