Construção civil: JP Morgan elege a sua ação predileta; confira
O JP Morgan tem visto alguns obstáculos para o setor de construção, que podem interferir nos bons resultados que as empresas da bolsa deste segmento apresentam. Por isso, os analistas do banco optaram em reduzir os preços-alvo das ações em aproximadamente 6%.
O corte no preço reflete um aumento de 5% no custo médio ponderado de capital (do inglês Weighted Average Capital Cost) devido à recente deterioração no cenário macroeconômico, o que torna o ambiente mais desafiador e de maior incerteza no mercado.
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Os analistas que assinam o relatório destacam três principais pontos de atenção no curto e médio prazo:
- Desafios de financiamento
Este é apontado como um dos principais riscos em todos os segmentos, seja baixa, média ou alta renda. Isso porque, de acordo com a análise, a saída contínua da poupança, que já está em R$ 22 bilhões no acumulado do ano, está forçando os bancos a usarem instrumentos alternativos para financiamento.
Somado a isso, os desembolsos do FGTS estão cerca de 20% acima do orçamento de 2024 de R$ 97 bilhões, exigindo aumento do orçamento de pelo menos R$ 26 bilhões.
- Impacto no Rio Grande do Sul
As recentes inundações no Rio Grande do Sul podem trazer algum impacto nos canteiros de obras já existentes, o que pode levar as empresas a desembolsarem mais recursos para reparo. Com isso posto, o banco avalia que as margens de curto prazo nesses projetos podem ter uma queda.
“As empresas com maior exposição ao estado são: Tenda 6% das pré-vendas, Cyrela <5% dos lançamentos e MRV <2% das pré-vendas”, relembra os analistas.
- Ajustes na cobrança de recebíveis da Caixa Economica Federal
Outra mudança significativa mencionada é a nova metodologia da Caixa Econômica Federal para a transferência de recebíveis.
Anteriormente, as transferências eram feitas quando o protocolo era recebido, mas agora ocorrem somente quando os contratos são registrados em cartório.
Essa mudança pode impactar marginalmente a geração de fluxo de caixa livre das empresas de baixa renda, que precisarão manter parte dos recebíveis como caixa restrito por mais tempo, limitando temporariamente sua liquidez.
“Essa mudança tem sido gradual e São Paulo e Rio de Janeiro devem seguir essa nova regra durante o 2T, já que a implementação em outros estados já ocorreu”, destaca o documento.
Apesar disso, as previsões de lucro para 2024 e 2025 foram revisadas para cima entre 3% e 11% para todas as empresas sob a cobertura do banco, exceto para a MRV (MRVE3).
Isso reflete os sólidos resultados apresentados pelas construtoras no primeiro trimestre de 2024, que mostraram um desempenho robusto e resiliente.
O JP Morgan destaca que apesar dos desafios macroeconômicos, essas empresas estão bem posicionadas para manter um crescimento lucrativo.
Qual ação é a melhor na visão do JP Morgan
Na avaliação do JP Morgan, a Cyrela (CYRE3) continua sendo a preferida do setor. A empresa é bem vista principalmente quando comparada às suas concorrentes.
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“Estamos mantendo a Cyrela como nossa principal escolha no setor, devido à avaliação atraente em comparação com os pares, com preço sobre o lucro de 5,6x contra 6,4-7,2x para outros nomes de alta qualidade como CURY e DIRR. Embora não esperemos fraqueza nos fundamentos de baixa renda no curto prazo (próximos 6-9 meses), vemos riscos assimétricos, devido à potencial falta de financiamento do FGTS”, desatacam os analistas que assinam o documento.
O banco ressalta que, na ordem de preferência, aparecem ainda a Direcional (DIRR3), Cury (CURY3), Tenda (TEND3), Eztec (EZTC3) e MRV (MRVE3).
Confira o preço-alvo para cada ação
Empresa | Ticker | Preço-Alvo (dez/2024) | Recomendação |
---|---|---|---|
Tenda | TEND3 | R$ 16,00 | Overweight |
Direcional | DIRR3 | R$ 33,00 | Overweight |
Cury | CURY3 | R$ 25,00 | Overweight |
MRV | MRVE3 | R$ 8,00 | Neutral |
Eztec | EZTC3 | R$ 16,00 | Neutral |
Cyrela | CYRE3 | R$ 28,00 | Overweight |