Construção civil: Inflação e Selic limitaram venda de materiais em 2022
A alta da inflação e da taxa básica de juros (Selic) impactou as vendas de materiais da construção civil, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A pesquisa, realizada pela FGV com dados do IBGE, apontam que as vendas do setor recuaram 7% em 2022.
No recorte mensal, o desempenho das vendas em dezembro foi 1,9% menor do que o visto em novembro, enquanto na comparação com o mesmo mês de 2021, a retração foi de 8,7%.
A Abramat diz que, com esse resultado, o faturamento deflacionado dos materiais básicos caiu 6,9%. Já os materiais de acabamento ficaram 7,4% abaixo do visto no acumulado de 2021.
Construção civil sentiu inflação e alta de juros
O presidente da Associação, Rodrigo Navarro, avalia que as seguidas quedas no faturamento trazem um sinal de alerta para a construção civil. Porém, todo o contexto precisa ser analisado, entre eles, o cenário macroeconômico.
“São inúmeros fatores que levaram nosso setor a sofrer com quedas constantes e significativas. Como o elevado endividamento das famílias, a taxa de juros em patamar ainda elevado, de 13,75%, e a inflação no acumulado de 2022 [com alta de 5,79%]”, comenta.
Navarro acrescenta que a indefinição a respeito das políticas fiscais e econômicas a serem desenvolvidas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva também impactaram o desempenho das vendas. “De todo modo, as projeções da FGV indicam crescimento de 2% [para as vendas] em 2023″, diz.