Construção civil: Custo quase dobra ante inflação em 2022; veja reação das ações
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) manteve a tendência de desaceleração e registrou em dezembro o menor índice de 2022, encerrando o mês com ligeira alta de 0,08%. O resultado ficou pouco abaixo do visto em novembro, quando subiu 0,15%, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, porém, o INCC registrou alta de 10,90%, quase o dobro da taxa de 5,79% do índice oficial de inflação do país (IPCA). Segundo o IBGE, apesar do dado fechar abaixo da alta de 18,75% no encerramento de 2021, o custo da construção teve a segunda maior taxa desde 2014, no ano passado.
O custo nacional da construção civil, por metro quadrado, saiu de R$ 1.677,96 em novembro para R$ 1.679,25 no mês passado. Desse total, o montante de R$ 1.001,20 foram relativos aos materiais e R$ 678,05 à mão de obra.
Materiais ajudam aliviar custos da construção civil
Em dezembro, a alta dos materiais exibiu ligeira aceleração para 0,07%, de +0,01% no mês imediatamente anterior. Já a mão de obra teve a menor taxa do ano, de +0,08%, desacelerando-se em relação a alta de 0,35% em novembro, com apenas um reajuste apurado no período.
No ano, os materiais acumularam ganhos de 10,02%, bem abaixo dos 28,12% observados ao fim de 2021. Enquanto a a mão de obra encerrou 2022 com taxa de 12,18%, quase o dobro do visto no ano anterior (+6,78%).
No recorte regional, o Norte teve a maior em dezembro, de 0,67%, em meio às altas em seis dos sete estados que formam a região. Já o Centro-Oeste exibiu a maior variação no acumulado do ano, de 14,60%, influenciado por ajustes salariais nas categorias realizados no Mato Grosso e também com a alta nas parcelas de materiais no estado.
Construção civil na bolsa
Construtoras como Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Eztec (EZTC3) chegaram a liderar as perdas no índice Ibovespa após a divulgação dos resultados de inflação e do custo do setor no ano passado. Mas o sentimento negativo foi diluído e as empresas operam em alta no pregão desta terça-feira (10).
Há pouco, por volta das 13h40 (de Brasília), essas companhias, além de Direcional (DIRR3), Cury (CURY3), Lavvi (LAVV3), Helbor (HBOR3) e Moura Dubeux (MDNE) subiam entre 0,5% e 2%.
Contudo, Tenda (TEND3) tinha alta de mais de 7% e empresas de menor liquidez na bolsa brasileira como PDG (PDGR3), Mitre (MTRE3), Even (EVEN3) e Trisul (TRIS3) tinham ganhos entre 2,5% e 6,6%.