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Consórcio com o milho aumenta a produção sustentável de cana no Cerrado

23 out 2021, 16:00 - atualizado em 21 out 2021, 14:56

O consórcio com o milho garante resultados mais rápidos e rentáveis ao setor produtivo da cana-de-açúcar (agricultores e usineiros) no Cerrado, aponta pesquisa da Embrapa.

A tecnologia permite antecipar o plantio da cultura da cana-de-açúcar para o início do período chuvoso, o que amplia a janela de plantio e “desafoga” a implantação do canavial que é mais concentrada no mês de março.

Além disso, o plantio em consórcio com a cultura de grãos anula qualquer risco de o produtor de cana não ter a área disponível para o plantio em caso de arrendamento, quando muitas das vezes a colheita da cultura que antecede o plantio da cana atrasa.

A cana consorciada, considerada como cana de ano, apresenta rendimentos compatíveis com a cana de ano e meio.

Trata-se de uma visão inovadora em relação ao sistema de plantio de cana-de-açúcar utilizado no Brasil, que alia ainda sustentabilidade à produção, por proteger o solo da erosão e intensificar o uso conjunto da terra.

Ao contrário do que ocorre com as culturais anuais no Cerrado, como soja e milho, cujo plantio é feito integralmente no início do período chuvoso, o da cana-de-açúcar é realizado no fim das chuvas, por volta do mês de março.

A estratégia é utilizada pelos agricultores e usineiros para otimizar o desenvolvimento da planta, já que o rebrote inicial da cana é muito lento quando semeada em novembro/dezembro.

“O problema é que o período em que ela de fato começa a crescer coincide com o início da seca, o que acaba impactando sua produtividade”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) João de Deus, líder do projeto Consórcio cana-de-açúcar e milho para intensificação sustentável da produção de açúcar e etanol no Cerrado (Canamilho).

Uma das grandes vantagens da tecnologia é desafogar o plantio de março, já que traz para o início do período chuvoso o plantio de parte da cana que seria plantada só no fim das chuvas. A cana é plantada como se fosse cana de ano (12 meses), mas se comporta como uma cana de ano e meio (18 meses).

Com informações da Embrapa

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