Consolidação digital da Via Varejo fará ações subirem 125% neste ano
A Via Varejo (VVAR3), dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, finalmente conclui sua guinada no e-commerce, após sair atrás do Magazine Luiza (MGLU3) e enfrentar o ceticismo do mercado, quanto à sua capacidade de brigar de igual para igual no varejo digital. Mas, agora, a empresa está pronta para virar a chave.
É o que afirma o Banco Safra, em relatório assinado por Guilherme Assis e Felipe Reboredo. Os analistas participaram da teleconferência de resultados com a cúpula da Via Varejo, e saíram da conversa convencidos de que a companhia prepara o terreno para uma grande “mudança de narrativa” nos próximos meses.
“Esperamos que o foco da diretoria mude 100% para o crescimento do GMV [Volume Bruto de Mercadorias, na sigla em inglês] e do marketplace, e acreditamos que isso ajudará a mudar a percepção do mercado de que a Via Varejo ainda está atrás dos rivais”, afirmam os analistas.
Virando o jogo
No call de resultados, a companhia informou que as vendas continuaram fortes no primeiro bimestre de 2021. Agora, é o Mercado Livre (MELI34) e a B2W (BTOW3) que devem se preocupar.
Segundo o Safra, ao contrário das duas rivais, a Via Varejo “tem entregado um crescimento mais acelerado, sem comprometer a geração de caixa, tirando vantagem de seu modelo integrado com uma presença nacional.”
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Os analistas reforçaram a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações da Via Varejo, com preço-alvo de R$ 27 até dezembro. A cifra embute uma alta potencial de 125% sobre a cotação de fechamento desta quarta-feira (3).
Resultados
A Via Varejo passou de prejuízo para lucro no quarto trimestre, uma vez que o salto do comércio eletrônico e a reabertura de lojas físicas aceleraram ganhos de produtividade da dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio.
A empresa anunciou na terça-feira (2) que teve lucro líquido de R$ 336 milhões de outubro a dezembro, ante prejuízo de R$ 875 milhões um ano antes.