Economia

Consignado do INSS: Governo irá elevar novamente a taxa; o que muda para bancos e beneficiários?

21 mar 2023, 17:18 - atualizado em 21 mar 2023, 17:18
INSS
Taxa de juros para crédito consignado do INSS deve ser elevada novamente

A taxa de juros do consignado para beneficiários do INSS segue dando o que falar. Após o mal-entendido que levou ao corte da taxa — tendo como consequência, a suspensão do serviço por bancos públicos e privados —, o Governo irá elevá-la novamente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (21), em entrevista À TV 247, que o anúncio do corte foi “precipitado”.

Lula afirmou que os juros dos empréstimos consignados precisavam ser reduzidos, mas “pouca coisa”. Além disso, apontou que a medida devia ter sido acertada previamente, inclusive para que os bancos pudessem se preparar.

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Nesta tarde, Rui Costa, ministro da Casa Civil, disse à GloboNews que o teto da taxa de juros do crédito consignado do INSS deve ficar um pouco abaixo de 2%.

“Todos nós vamos tentar buscar, ouvindo o mercado, Banco do Brasil e Caixa, um número que seja inferior a 2,14%”, disse o ministro, em entrevista ao jornal.

De acordo com Rui Costa, o novo índice deverá ser a 1,7%, visto que o Banco do Brasil e a Caixa, bancos públicos, afirmam que esta taxa não torna o empréstimo rentável. Ao ser questionado sobre se o teto poderia ser de até 2%, o ministro disse que talvez um pouco menos que isso.

O tema foi pauta em reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (20), após o corte na taxa de juros ter sido consequência de falha na comunicação.

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Falha na comunicação

De acordo com fontes próximas, ouvidas pelo jornal A Folha de São Paulo, o corte de juro no consignado para beneficiários do INSS teria sido feito sem o aval de Lula. A mudança seria resultado de um ruído na comunicação entre o ministro, Carlos Lupi, e o presidente.

A proposta de redução da taxa de juros foi apresentada ao presidente Lula, que autorizou Lupi a tramitar a ideia internamente e ouvisse os demais ministérios, em especial, o da Fazenda.

Entretanto, Lupi compreendeu que o aval teria sido dado para manter a análise do tema na reunião do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social), onde foi votada e aprovada. A medida não teve apoio da Fazenda, que no cenário atual, estuda possibilidades para lidar com a situação.

Segundo comunicado da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o setor financeiro já havia se manifestado junto ao Ministério da Previdência e ao INSS. O segmento afirma que, no momento, considerando os altos custos de captação, eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado.

“Cada banco associado da Febraban segue sua estratégia comercial de negócio na concessão, ou não, da linha de crédito consignado para beneficiários do INSS, diante da decisão do Conselho Nacional de Previdência Social de reduzir o teto de juros dessa modalidade de crédito”, afirma a Federação.

Dessa maneira, a expectativa é de que a elevação atenda a estratégia comercial dos bancos para oferecimento do serviço.

No caso dos beneficiários, segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), as operações de crédito já contratadas não sofrerão alterações com a mudança na taxa de juros e nem com o comunicado dos bancos de suspensão das operações. A medida só vai valer para novas contratações.

Dessa forma, é preciso buscar por outras soluções de crédito.