Consignado do INSS: Governo irá elevar novamente a taxa; o que muda para bancos e beneficiários?
A taxa de juros do consignado para beneficiários do INSS segue dando o que falar. Após o mal-entendido que levou ao corte da taxa — tendo como consequência, a suspensão do serviço por bancos públicos e privados —, o Governo irá elevá-la novamente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (21), em entrevista À TV 247, que o anúncio do corte foi “precipitado”.
Lula afirmou que os juros dos empréstimos consignados precisavam ser reduzidos, mas “pouca coisa”. Além disso, apontou que a medida devia ter sido acertada previamente, inclusive para que os bancos pudessem se preparar.
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Nesta tarde, Rui Costa, ministro da Casa Civil, disse à GloboNews que o teto da taxa de juros do crédito consignado do INSS deve ficar um pouco abaixo de 2%.
“Todos nós vamos tentar buscar, ouvindo o mercado, Banco do Brasil e Caixa, um número que seja inferior a 2,14%”, disse o ministro, em entrevista ao jornal.
De acordo com Rui Costa, o novo índice deverá ser a 1,7%, visto que o Banco do Brasil e a Caixa, bancos públicos, afirmam que esta taxa não torna o empréstimo rentável. Ao ser questionado sobre se o teto poderia ser de até 2%, o ministro disse que talvez um pouco menos que isso.
O tema foi pauta em reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (20), após o corte na taxa de juros ter sido consequência de falha na comunicação.
Falha na comunicação
De acordo com fontes próximas, ouvidas pelo jornal A Folha de São Paulo, o corte de juro no consignado para beneficiários do INSS teria sido feito sem o aval de Lula. A mudança seria resultado de um ruído na comunicação entre o ministro, Carlos Lupi, e o presidente.
A proposta de redução da taxa de juros foi apresentada ao presidente Lula, que autorizou Lupi a tramitar a ideia internamente e ouvisse os demais ministérios, em especial, o da Fazenda.
Entretanto, Lupi compreendeu que o aval teria sido dado para manter a análise do tema na reunião do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social), onde foi votada e aprovada. A medida não teve apoio da Fazenda, que no cenário atual, estuda possibilidades para lidar com a situação.