Internacional

Conservadores alemães vencem eleições, extrema-direita cresce, mostra boca de urna

23 fev 2025, 15:02 - atualizado em 23 fev 2025, 15:02
Alemanha Macro
A Alemanha, que tem uma economia voltada para a exportação, se encontra particularmente vulnerável. (Imagem: REUTERS/Lisi Niesner)

Os conservadores da oposição alemã venceram as eleições nacionais neste domingo (23), colocando o líder do partido Friedrich Merz no caminho para ser o próximo chanceler do país, enquanto a Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, ficou em segundo lugar, seu melhor resultado de todos os tempos, mostraram as pesquisas de boca de urna.

Após uma campanha marcada por uma série de ataques violentos e intervenções do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o bloco conservador CDU/CSU obteve 28,5% dos votos, seguido pelo AfD com 20%, segundo pesquisa de boca de urna publicada pela emissora pública ZDF.

Merz, que tem 69 anos, não possui experiência anterior no executivo, mas prometeu exercer maior liderança do que o chanceler Olaf Scholz e estabelecer maior contato com os principais aliados, ampliando o protagonismo da Alemanha no coração da Europa.

Um liberal econômico impetuoso que deslocou os adversários conservadores para a direita, ele é considerado a antítese da ex-chanceler conservadora Angela Merkel, que liderou a Alemanha por 16 anos.

No entanto, sem uma maioria em um cenário político cada vez mais fragmentado, seus correligionários conservadores terão que sondar parceiros para formar uma coalizão.

Essas negociações serão certamente complicadas após uma campanha que expôs fortes divisões sobre o tema imigração e como lidar com a AfD em um país onde a política de extrema-direita carrega um estigma particularmente forte devido ao passado nazista.

Isso poderia deixar Scholz em uma função de primeiro-ministro interino por meses, atrasando as políticas urgentemente necessárias para reviver a maior economia da Europa após dois anos consecutivos de contração e enquanto as empresas do país enfrentam dificuldades contra as rivais globais.

A situação também criaria um vácuo de liderança no coração da Europa, mesmo com o país lidando com uma série de desafios, como a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de uma guerra comercial e a tentativa de acelerar um acordo de cessar-fogo para a Ucrânia sem o envolvimento das potências europeias.

A Alemanha, que tem uma economia voltada para a exportação e há muito tempo depende dos Estados Unidos para sua segurança, se encontra particularmente vulnerável.

Os alemães estão mais pessimistas em relação a seus padrões de vida agora do que em qualquer outro momento desde a crise financeira de 2008.

As atitudes do governo em relação ao tema imigração também se endureceram, uma mudança profunda no sentimento do público alemão desde a cultura “Refugiados bem-vindos” durante a crise migratória da Europa em 2015, algo que a AfD tirou proveito eleitoral.

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reuters@moneytimes.com.br
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