Conselho muda diretoria para aprovar atual plano da Oi
O embate entre o conselho de administração e a diretoria executiva da Oi teve novo capítulo ontem. O conselho aprovou a nomeação de Hélio Calixto Costa e João Vicente Ribeiro para o cargo de diretores estatutários da companhia. Com o ato, o conselho fez uma manobra para conseguir apoio da diretoria da empresa para aprovar o contrato de apoio ao plano de recuperação judicial.
O documento ainda não foi assinado. Até a sexta-feira, 4, a diretoria estatutária da Oi era formada pelo presidente da companhia, Marco Schroeder, o diretor administrativo e financeiro, Carlos Brandão, e o diretor jurídico, Eurico Teles Neto. Os três se recusavam a assinar o plano de recuperação, pois ele prevê o pagamento de comissões a bondholders que derem apoio ao plano de recuperação judicial antes mesmo da capitalização. Isso vai consumir caixa da empresa, comprometendo pagamento de dívidas e investimentos.
O plano de recuperação j foi elaborado pelo grupo que apoia o empresário Nelson Tanure, do fundo Société Mondiale, um dos acionistas mais influentes no Conselho de Administração. Diante da recusa da diretoria a dar apoio a esse plano, o conselho dava sinais de que iria destituí-la. Isso acabou por não se concretizar, após a ameaça de intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que apoia a diretoria executiva. À Anatel, o conselho garantiu que não haveria demissões.
Reação
O presidente da Anatel, Juarez Quadros, disse na sexta que vai comunicar a Advocacia-Geral da União e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a mudança na diretoria estatutária da Oi. “Nossa avaliação é de que o caixa disponível na companhia deve ser preservado e usado na garantia da continuidade da prestação dos serviços aos clientes e na defesa dos direitos dos empregados”.
Em nota, Hélio Costa disse que não há vínculo entre a entrada dos novos diretores e a assinatura do plano de recuperação. A assessoria de imprensa de Tanure negou que a indicação tenha sido afronta à Anatel. Procurada, a Oi não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.