Conheça o Reino do Butão, o ‘país mais feliz do mundo’ cuja reserva de US$ 1,2 bilhão em bitcoin (BTC) equivale a 40% do PIB do país

Ao norte da região mais nordeste da Índia, espremido ao sul do Tibete, se esconde entre as gigantescas e geladas cordilheiras do Himalaia um pequeno país chamado Butão. A economia, baseada majoritariamente na agricultura de subsistência, esconde um fato curioso: uma substancial reserva de bitcoin (BTC).
De acordo com o portal Bitcoin Treasuries, o país tem um reserva de 12.062 unidades de BTC, o que equivale a US$ 1,289 bilhão. O montante é pequeno se comparado com outros países, como Estados Unidos ou China.
País | Bitcoin (BTC) | Preço (USD) |
---|---|---|
Estados Unidos | 198.012 | US$ 21,155 bilhões |
China | 190.000 | US$ 20,299 bilhões |
Reino Unido | 61.245 | US$ 6,543 bilhões |
Ucrânia (posses de oficiais públicos) | 46.351 | US$ 4,952 bilhões |
Coreia do Norte | 13.562 | US$ 1,449 bilhão |
Butão | 12.062 | US$ 1,289 bilhão |
El Salvador | 6.220 | US$ 665 milhões |
Venezuela | 240 | US$ 26 milhões |
Finlândia | 90 | US$ 10 milhões |
Fonte: Bitcoin Treasuries.Net (https://bitcointreasuries.net/)
No entanto, segundo dados mais recentes do Banco Mundial, o PIB do país em 2022 foi de US$ 2,9 bilhões — com projeção de que atingisse os US$ 3 bilhões agora em 2025. Isto significa que a reserva de bitcoin do Butão corresponde a pouco mais de 40% do PIB.
Mas como um país, dominado por uma recém estabelecida monarquia constitucional desde 2008, se tornou uma referência na estratégia de acumular bitcoins?
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Butão e o bitcoin (BTC)
Se você (assim como eu) não conhecia muito do país, deixe-me dar um pequeno panorama da economia butanense.
A região próxima ao Tibete é extremamente montanhosa, o que dificulta a maior sofisticação das atividades primárias. Por isso, aproximadamente 60% da população depende da agricultura e pecuária de subsistência.
No entanto, o relevo acidentado é ótimo para a geração de energia hidrelétrica, que é um dos principais produtos de exportação do Butão para seu vizinho, a Índia.
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O Butão ainda é conhecido por adotar o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), que prioriza o bem-estar da população em vez do crescimento econômico puro, mas vamos focar na eletricidade, que é o mais importante para o país.
Com uma população de menos de 800 mil habitantes e um excedente energético cada vez maior, o Butão se voltou para a mineração de bitcoin, que exige uma alta quantidade de eletricidade para acontecer. E é aí que o país se destacou.
Mineração de bitcoin
Voltando alguns passos, a mineração de bitcoin nada mais é do que a solução de um problema que, como recompensa, libera uma quantidade de BTCs para quem acha a resposta correta.
Acontece que resolver uma equação consome muita energia das máquinas (ou rigs) utilizadas no processo.
Assim, de acordo com dados on-chain, o Butão minerou praticamente todos seus 12 mil BTCs desde 2020, em uma parceria com a empresa de mineração verde de bitcoin Bitdeer Technologies Group (NASDAQ: BTDR).
Com isso, o Butão também é o primeiro país carbono-negativo do mundo, com florestas cobrindo 70% de seu território.
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Butão e o Tesouro de BTC
Por fim, vale lembrar que outros países também adotaram uma estratégia de encarteiramento de bitcoin, como os Estados Unidos e até mesmo o Brasil.
Apesar da China ter uma reserva significativa, não está claro se é uma estratégia do governo chinês ter parte dos investimentos nacionais em bitcoin.
Os tokens adquiridos vêm de operações contra a lavagem de dinheiro ou apreensão de atividades ilícitas, assim como as dos EUA — estas, contudo, viraram parte do Tesouro norte-americano.
Seja como for, o plano de criar uma reserva estratégica de bitcoin tem sido debatido por diversos países.