Congresso não fará votações que tragam instabilidade econômica, diz Lira em evento do BTG
Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, participou na manhã desta terça-feira (22) do evento CEO Conference 2022, promovido pelo BTG Pactual.
Entrevistado pelo jornalista e diretor de redação da Exame, Lucas Amorim, no painel Agenda Política Brasileira, Lira iniciou sua fala destacando que, apesar das eleições em 2022, a Câmara vai ter um ano intenso, na mesma qualidade e quantidade de 2021.
“A agenda da Câmara tem que seguir normalmente”, afirmou.
Lira ainda disse que o colégio de líderes assumirá matérias estruturantes, mas não fará nenhum movimento que possa trazer instabilidade econômica, mexer com teto de gastos, afetar o câmbio ou o crescimento do país.
Votações e prioridades para 2022
O presidente da Câmara disse que as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) relacionadas à tributação dos combustíveis estão “definitivamente afastadas”. Segundo o parlamentar, o Congresso irá se concentrar na aprovação do PLP 110, que está no Senado.
Lira também defendeu a aprovação da reforma administrativa. “A reforma está pronta para vir ao plenário, mas faltou apoio do governo. É preciso mobilização de quem paga a conta para fazê-la subir”, afirmou.
Ele explicou que a reforma não mexe em direitos adquiridos, apenas desenha um Brasil “mais solto e leve”.
Além disso, Lira comentou e se mostrou aberto aos processos de privatização. “A câmara já votou a privatizações do Correios e da Eletrobras (ELET6), estamos abertos a qualquer outra discussão sobre privatização”, disse.
O presidente da Câmara ainda defendeu que o Senado vote, este ano, a proposta de mudança no Imposto de Renda e disse que, com isso, a Câmara deve votar a criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que é parte das mudanças tributárias.
Por fim, Lira afirmou que é importante que a população entenda que o Congresso não é feito por coalizão e defendeu uma mudança para o sistema do semipresidencialismo.
“Devemos reformar nosso sistema político, sem ceder às pressões momentâneas. Enquanto o presidencialismo trava certos processo, a mudança para um semipresidencialismo permite a participação do congresso nas transformações estruturantes do Brasil”, completou.
Para 2022, Lira disse que infraestrutura, construção civil e matérias de quem gera renda vão ter uma atenção extra da Câmara este ano.
*Com informações da Reuters