Congresso mira na Petrobras (PETR4), mas pode acertar na PetroRio (PRIO3) e 3RPetroleum (RRRP3)
Em meio ao aumento dos combustíveis em ano eleitoral, cresce a pressão do Governo Federal e do Congresso para tentar frear a disparada de preços. Duas delas podem respingar em outras empresas do setor, como a 3R Petroleum (RRRP3) e PetroRio (PRIO3), afirma o BTG Pactual em relatório enviado a clientes.
Na sexta, o presidente da Câmara, Arthur Lira, sugeriu dobrar o imposto sobre o lucro (CSLL) da Petrobras para financiar o subsídio de combustível.
Porém, para os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, a proposta pode não ficar limitada à Petrobras, atingindo o setor como um todo.
“Se a CSLL dobrar de 9% para 18%, esperamos reduções no lucro líquido de 14% para Petrobras, 14% para PetroRio e 11% para 3RPetroleum“, calculam.
Esses impactos pressupõem um preço do Brent de US$ 100/bbl e uma taxa de câmbio de R$ 5.
Porém, a dupla lembra que a CSLL mais alta, se aprovada, só começará a ser cobrada três meses após a aprovação, o que significa que dificilmente impactaria as pré-eleições dos consumidores, reduzindo seu apelo ao Congresso.
Projeto no Senado e a PetroRio e 3R
Outra proposta cria taxa de exportação para o petróleo, também com a ideia de financiar um subsídio aos combustíveis.
De acordo com o Projeto de Lei 1.472, aprovado pelo Senado, mas ainda não pela Câmara, a ideia é criar alíquotas progressivas de impostos de exportação em função dos preços do petróleo, desta forma:
- isentos quando os preços forem iguais ou inferiores a US$ 40/barril,
- 10% quando os preços forem entre US$ 40/bbl e US$ 60/bbl, e
- 20% quando os preços do barril estão acima de US$ 60.
“Embora os players do setor não fossem total e imediatamente impactados, uma vez que parte de suas vendas seria redirecionada para o mercado interno, um potencial imposto de exportação reduziria a paridade de preços de exportação do petróleo brasileiro, levando os preços domésticos a convergir para níveis mais baixos”, coloca.
Se isso acontecer, calcula o BTG, e novamente assumindo Brent a US$ 100/bbl e uma taxa de câmbio de R$ 5,0/US$, os impactos de ganhos anuais de seria de -7%, -5% e -9% para Petrobras, PetroRio e 3RPetroleum.
“Essa seria uma medida setorial sem precedentes, mas nossa percepção é que a implementação de tal lei seria mais rápida e provavelmente teria algum apoio devido à crescente pressão sobre as margens mais altas das empresas de petróleo atualmente”, coloca.
Apesar disso, os analistas notam que a medida teria menos impactos para 3RPetroleum pois a maioria de seus volumes é vendida apenas para Petrobras com desconto pré-determinado para Brent (definido anualmente), “a menos que ambas as empresas renegociem os termos para refletir o novo ambiente de precificação”.
Ainda sim, o BTG avalia que as medidas do Governo para conter a alta de preços terão menos impactos para a PetroRio e 3RPetroleum.
“Em termos de exposição, ainda achamos que as empresas petrolíferas juniores são opções relativamente melhores (mais seguras) — embora também possivelmente impactado por uma carga tributária mais alta sobre o petróleo — enquanto a percepção de risco da Petrobras poderia ser facilmente impactado por uma série de medidas governamentais potenciais”, conclui.
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