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Congresso Andav 2023: Um olhar sobre o mercado financeiro do agro de dentro pra fora

17 ago 2023, 14:43 - atualizado em 17 ago 2023, 14:43
agro Congresso Andav
Evento anual da anual da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários debateu pautas relevantes do agro (Foto: Andav)

Na semana passada, mais precisamente de 8 a 10 de agosto, ocorreu em São Paulo o congresso anual da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav).

Na evento, foram discutidos e debatidos muitos temas relevantes ao agronegócio brasileiro, com a participação das figuras mais proeminentes do mercado nacional e internacional e presença maciça de profissionais e empresas que fazem esse mercado acontecer.

Nos 3 dias de congresso no Transamérica Expo Center, passaram pelo pavilhão mais de 12 mil profissionais do setor, representando mais de 200 marcas cerca de 160 empresas expositoras, um sucesso estrondoso que vai muito além dos números, do networking frenético, dos
negócios gerados pelos participantes e das perspectivas de futuro para o agro, já que nos painéis do congresso muitos temas relevantes foram debatidos e tratados por alguns dos maiores especialistas do Brasil e do mundo.

Além do painel sobre a Reforma Tributária e o seu impacto para o agronegócio a partir da PEC nº 45 em tramitação no Congresso; tema que já aludimos aqui nesse espaço e que no evento foi mediado por Ralph Melles Sticca, nosso sócio aqui na Passos e Sticca Advogados Associados (PSAA) tivemos outros painéis de destaque dentro da temática base da nossa coluna que aborda “Agro e Sustentabilidade”, tais como:

  • (i) “Agroeconomia Brasileira: um futuro sustentável;
  • (ii) Tendências do Mercado Agro para a próxima década;
  • (iii) Fórum Green Deal: As Implicações do Pacto Verde Europeu ao Brasil;
  • (iv) Ferramentas Financeiras e Crédito.

Tais temas, juntamente com os demais assuntos tratados no congresso, apontaram para um “caminho mais verde”, tanto nas finanças com um incremento das “finanças verdes” e do ESG, como na própria distribuição de insumos e cadeias globais de distribuição desses insumos.

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Impactos no mercado financeiro e de capitais para o agro

Além disso, os números apresentados no painel sobre as novas ferramentas financeiras e de crédito, reforçaram a importância dos novos instrumentos disponibilizados pelos recentes “Marcos Regulatórios” editados recentemente, como o Fiagro e as Cédulas de Produto Rural (CPR) eletrônicas para assegurar aos produtores rurais e demais integrantes da cadeia de produção e distribuição, acesso quase que ilimitado ao crédito para o financiamento de suas operações.

Assim, no balanço feito no painel específico do congresso, lidando com números estimados da ordem de R$ 800 bilhões por ano para giro e financiamento das atividades na cadeia, os presentes puderam avaliar que só em CPRs eletrônicas registradas no último ano, segundo as fontes oficiais, temos valores totais da ordem de R$ 100 bilhões de variação do estoque de CPRs registradas na B3, CERC, CRDC e outras
registradoras entre junho de 2022 a junho de 2023.

Dessa forma, tal variação de R$ 100 bilhões em apenas um ano, combinada com os números também superlativos, da variação de estoques de LCA – Letras de Crédito do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CDCA), Certificado de Direito Creditório do Agronegócio e das quotas de Fiagro, registradas no mesmo período, da ordem de mais R$ 200 bilhões, faz com que as cifras atinjam o patamar da ordem de R$ 300 bilhões em recursos privados concedidos em um ano através do mercado financeiro e de capitais para o financiamento das operações na cadeia.

Sem falar nos recursos derivados de fomento comercial, operações de troca (barter) com utilização de CPRs que ainda não tem obrigatoriedade legal de registro em “registradoras” para validade jurídica – que são aquelas CPRs de valor inferior a R$ 50 mil por título – e os recursos que as próprias empresas integrantes da “Cadeia Ampla do Agronegócio” e produtores rurais utilizam advindos de seu próprio caixa para financiarem suas atividades, culminando nos R$ 800 bilhões estimados acima narrados.