Política

Congresso analisa vetos e projetos de crédito suplementar na quarta

03 nov 2020, 14:06 - atualizado em 03 nov 2020, 14:07
Senado Congresso Política
Outro item da pauta é o Veto 33/2020, que barrou três dispositivos da Lei 14.029, de 2020 (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O Congresso Nacional fará sessão remota na próxima quarta-feira (4), quando os parlamentares devem analisar 41 vetos presidenciais e projetos de crédito suplementar.

Entre eles, está o Veto 26/2020, que impede a prorrogação, até o final de 2021, da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia que empregam mais de seis milhões de pessoas.

Se o veto for mantido, a desoneração acaba no dia 31 de dezembro.

A desoneração até o fim do ano que vem foi incluída pelo Congresso na Medida Provisória (MP) 936/2020, que deu origem à Lei 14.020, de 2020, sancionada com vetos do Executivo.

Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), se esse veto não for derrubado, muita gente perderá o emprego e milhares de empresas “não vão aguentar”. Ele disse ainda que “não podemos brincar com a vida e com a economia para milhões de pessoas” e cobrou: “Desoneração já!”, via Twitter.

Também deve estar na pauta do Congresso o Veto 13/2020 que retirou 12 dispositivos da lei que amplia os beneficiários do auxílio emergencial (Lei 13.998, de 2020). O projeto que deu origem à lei foi aprovado no Senado no mês de abril (PL 873/2020).

Outro item da pauta é o Veto 33/2020, que barrou três dispositivos da Lei 14.029, de 2020, sobre a reprogramação dos saldos financeiros dos fundos de assistência social dos estados, Distrito Federal e municípios, provenientes de repasses federais.

Um dos itens vetados por Bolsonaro suspende por 120 dias, contados de 1º de março de 2020, a obrigatoriedade do cumprimento das metas e dos requisitos quantitativos e qualitativos pactuados pelos estados, Distrito Federal e municípios com a União no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (Suas), garantindo-lhes os repasses dos recursos contratados na sua integralidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Créditos suplementares

Também estão na pauta do Congresso 30 projetos de lei que destinam crédito suplementar ou especial a órgãos e entidades públicas, como o PLN 10/2020, que abre crédito especial ao Orçamento Fiscal da União, no valor de R$ 493,6 mil para o pagamento de serviços relacionados a obras em Salvador e Brasília. No âmbito da Justiça do Trabalho, propõe o pagamento de auxílio moradia.

Já o PLN 16/2020 destina crédito especial de R$ 1,1 milhão para Justiça Federal e para a Justiça Eleitoral. Os recursos servirão para a reforma do edifício da Subseção Judiciária de Pato de Minas (MG) e para finalizar a construção de cartório eleitoral em Guarapari (ES).

Outra proposta na pauta, o PLN 30/2020 abre crédito suplementar de R$ 6,1 bilhões para reforçar o caixa de diversos ministérios. No ministério do Desenvolvimento Regional (destino de 47,2% do crédito), o dinheiro irá para a continuação de obras, novas construções e o desenvolvimento de vários projetos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

No ministério da Infraestrutura (22,7% do crédito), para a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias e o Dnocs. No Ministério da Saúde (16,3% do crédito), para o Fundo Nacional de Saúde. O restante do dinheiro irá para os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Economia, da Educação, de Minas e Energia e da Cidadania.

Sessão

As sessões remotas do Congresso para análise de vetos são divididas em três etapas: às 10h com deputados, às 16h com senadores e, às 19h novamente com deputados.

A terceira sessão servirá para que a Câmara delibere sobre vetos a projetos iniciados no Senado. Para que um veto do presidente da República seja derrubado é necessário o apoio mínimo de 257 votos na Câmara e 41 no Senado.

Se os deputados decidem pela manutenção de um veto, a decisão é final, ou seja, a análise nem chega ao Senado. O mesmo ocorre quando os senadores mantêm um veto a projeto iniciado na Casa. Nesse caso, não há necessidade de a Câmara se posicionar.