Confira as ações e os fundos de ações favoritos dos grandes investidores em julho

Em julho, o Ibovespa subiu 8,27% aos 102.912 pontos, o quarto mês consecutivo de alta. Porém, no ano, a Bolsa acumulava uma queda de 11%.

O Ibovespa avançou no mês passado ainda por conta das reaberturas graduais das principais economias do mundo e por estímulos fiscais de governos e injeções de liquidez dos bancos centrais. As pesquisas e os testes de vacinas contra o coronavírus também pesaram positivamente.

Especialmente por aqui, as discussões sobre a reforma tributária retornaram aos holofotes, animando o mercado, sobretudo após a entrega da proposta do governo ao Congresso, por meio do ministro da Economia Paulo Guedes.

Outros pontos que impulsionaram a Bolsa foram a manutenção da Selic em menor patamar, a flexibilização do distanciamento social e a retomada das atividades, ainda que de forma parcial em diversas empresas e setores, além do início da temporada de divulgação dos balanços das companhias abertas. De forma geral, os resultados das empresas listadas mostraram que os efeitos da pandemia de covid-19 foram menos intensos do que os analistas e agentes de mercado esperavam.

No entanto, as preocupações do mercado prosseguiram diante do agravamento do embate comercial entre os Estados Unidos e a China, a partir do fechamento do consulado chinês em Houston.

Nesse cenário, veja as ações e os fundos de ações que foram mais comprados pelos investidores, segundo o Big Data SmartBrain, base julho. O levantamento é feito com base nos dados da nossa plataforma de consolidação de investimentos que processa 210 mil extratos diariamente, somando mais de R$ 120 bilhões de investidores atendidos por assessores independentes.

Estes investidores analisados, em sua maioria, possuem mais de R$ 300 mil e são dos segmentos Alta Renda ou Private.

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As top 10 ações preferidas em julho:

(Fonte: Big Data SmartBrain)

As 10 ações favoritas em junho continuaram sendo as mais investidas no mês passado, mas com alterações nas suas posições no ranking.

As ações da Via Varejo (VVAR3) passaram do quarto para o primeiro lugar. A varejista tem atraído investidores por causa da sua agilidade em promover melhorias e ampliar seus canais digitais. A empresa é favorecida pela retomada do consumo e o e-commerce prossegue como um dos setores preferidos pelos agentes de mercado na crise da pandemia de Covid-19. Além do mais, a empresa está com a estrutura de capital fortalecida, após ter feito uma oferta subsequente de ações (follow on) em junho, levantando R$ 4,45 bilhões. Outro ponto destacado por analistas é que a Via Varejo ainda está descontada em relação a seus pares.

A Cogna (COGN3) subiu da nona para a segunda posição no ranking de favoritas. As ações da companhia do setor educacional valorizaram 25,26% no mês passado. A dona das marcas Kroton, Saber e Vasta tem se destacado com as suas soluções de ensino à distância (EAD). Somado a isso, no mês passado havia altas expectativas em torno do IPO da Vasta na Nasdaq, nos Estados Unidos, que teve êxito, levantando US$ 405,9 milhões.

A Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4) se mantêm no ranking desde o final do ano passado.

As ações da Vale subiram quase 14% no acumulado de 2020 até julho. A mineradora continua descontada em relação às suas concorrentes australianas.

Ao longo de julho, os analistas alimentaram as expectativas sobre a retomada de pagamentos de proventos pela mineradora – dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). E, no final do mês, com a divulgação do resultado do segundo trimestre – lucro líquido de R$ 5,3 bilhões contra um prejuízo de R$ 384 milhões no mesmo período do ano passado por causa do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), a companhia confirmou que iria retomar as remunerações aos acionistas. A Vale continua se beneficiando da recuperação da economia chinesa, seu principal mercado, e do preço do minério de ferro, que vem sendo cotado acima de US$ 100.

Já as ações da Petrobras tiveram queda de 26,44% no ano até julho devido aos impactos do coronavírus na economia e à crise envolvendo negociações da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que derrubaram abruptamente o preço do petróleo no mercado internacional. Mesmo em um ambiente desafiador, a companhia tem conseguido aumentar a sua eficiência, cortar despesas e a reduzir a alavancagem.

A companhia teve prejuízo de R$ 2,71 bilhões no segundo trimestre. No entanto, esse resultado surpreendeu positivamente os analistas, pois foi melhor do que no primeiro trimestre, quando reportou R$ 48,5 bilhões de prejuízo. Segundo os agentes de mercado, a companhia já opera em uma situação mais favorável diante da reabertura gradual das atividades econômicas e da recuperação do preço do petróleo no mercado internacional.

Julho seguiu a tendência de forte participação do setor financeiro. De acordo com analistas, os bancos estão underperformando a Bolsa, ou seja, suas ações estão aquém dos preços justos. O Banco do Brasil (BBAS3) que aparece em quarto lugar, tem forte atuação no crédito para o agronegócio, setor que vem crescendo e apresentando resultados positivos nas exportações, e possui uma carteira expressiva de empréstimos consignados.

Quanto à B3 (B3SA3), a companhia expande seus resultados diante da queda da Selic e o crescimento da procura por alternativas de investimentos na categoria de renda variável – ações, ETFs e Fundos Imobiliários.

(Fonte: Big Data SmartBrain/Obs.: todos fundos de investimentos apresentados no estudo são abertos. Foram excluídos do levantamento os fundos exclusivos e os dedicados a determinados grupos e family offices)

De acordo com o Big Data SmartBrain, nove fundos de ações que estavam no ranking de preferência em junho continuaram em julho, mas com mudanças nas suas posições. O Indie FIC FIA passou de segunda para a primeira posição, trocando de lugar com o ARX Income FIA.  Já o Moat Capital FIC FIA subiu da quarta para a terceira colocação.

Quanto às mudanças, saiu da lista o Kapitalo Tarkus FC FIA e entrou o Alaska Black FIC FIA BDR Nível I.

Todos os fundos de ações do ranking dos mais escolhidos tiveram desempenhos positivos no mês passado – de 2,26% (BTG Pactual Absoluto LS FIC FIA) a 17,43% (Alaska Black FIC FIA BDR Nível I), sendo que seis deles ficaram acima do Ibovespa no período (8,27%). No acumulado do ano até julho, somente o BTG Pactual Absoluto LS FIC FIA apresentou performance positiva, de 5,36%.

Por SmartBrain