As 5 notícias para ficar de olho nesta tarde
1. Mercados em queda após divulgação de fortes retrações no PIB e balanços empresariais
A bolsa paulista mostrou hesitação no começo do pregão desta sexta-feira, em meio a ajustes de posições conforme o Ibovespa caminha para o quarto mês seguido de alta, tendo de pano de fundo clima relativamente favorável no exterior e noticiário corporativo local intenso.
No último dia do mês, o índice está acumulando alta (faltando hoje) de 10,47%, mas com o ano ainda negativo em 9,2%. Por volta das 13h, o Ibovespa caía 1,20%, a 103.746,87 pontos.
No exterior, os índices S&P 500 e o Dow Jones apagavam os ganhos iniciais da sexta-feira, visto que preocupações com danos econômicos da pandemia de Covid-19 substituíam euforia inicial gerada por impressionantes balanços trimestrais de Apple, Amazon.com e Facebook.
Apple saltava 6,4%, com ganhos na receita na base anual em todas as categorias e regiões.
Amazon.com subia 4,4% depois de registrar o maior lucro em 26 anos de história, enquanto Facebook ganhava 7,7% após informar receita maior do que a esperada.
O Nasdaq ganhava 1,01%, enquanto o Dow Jones Industrial Average caia 1,37% e o S&P 500 tinha alta de 0,07%.
Os índices europeus e o euro reduziram um pouco os ganhos, reagindo à queda histórica de 12,1% do PIB da Zona do Euro
no 2º trimestre na variação trimestral, maior do que se previa, em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus.
2. Setor público tem déficit primário de R$ 188,682 bilhões em junho e R$ 402,703 no 1º semestre
O setor público consolidado brasileiro teve déficit primário de 188,682 bilhões de reais em junho, o que levou o rombo do primeiro semestre a 402,703 bilhões de reais, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
Em pesquisa Reuters, a expectativa era de um déficit menor, de 163,5 bilhões de reais para o mês.
Em junho, a dívida pública bruta saltou a 85,5% do PIB, sobre 81,9% em maio. A dívida líquida, por sua vez, foi a 58,1% do PIB, ante 55,0% no mês anterior. A expectativa do mercado era de dívida bruta de 83,8% e dívida líquida de 57% do PIB.
3. Reinstalação da comissão mista da reforma tributária deve acontecer nesta sexta-feira
O senador Roberto Rocha (PSDB-MA), presidente da Comissão Mista da Reforma Tributária, anunciou para esta sexta-feira (31), às 14 horas, a retomada dos trabalhos do colegiado. A sessão será remota, como as que já vêm ocorrendo no Senado. Ele também informou que na próxima quarta-feira (5), às 10 horas, ocorrerá audiência pública com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O senador afirmou que o colegiado tentará votar uma proposta de reforma tributária na primeira quinzena de outubro, para então enviar o texto para a Câmara e, em seguida, para o Senado. O relator da comissão é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Roberto Rocha lembrou que a comissão foi criada para tentar unificar as propostas sobre reforma tributária que tramitam na Câmara dos Deputados (a PEC 45/2019) e no Senado (a PEC 110/2019).
4. Gastos dos consumidores dos EUA sobem pelo 2º mês em junho; renda volta a cair
Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram pelo segundo mês seguido em junho, deixando o consumo a caminho de uma recuperação no terceiro trimestre, embora essa retomada possa ser limitada pelo ressurgimento de casos de Covid-19 e pelo fim dos benefícios ampliados contra o desemprego.
O Departamento do Comércio informou nesta sexta-feira que os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, avançaram 5,6% no mês passado, após salto recorde de 8,5% em maio, conforme mais empresas reabriram.
Os consumidores intensificaram as compras de roupas e calçados e também gastaram mais com saúde, jantares fora de casa e acomodações.
Economistas consultados pela Reuters projetavam aumento de 5,5% dos gastos em junho. Quando ajustados pela inflação, os gastos do consumidor avançaram 5,2% no mês passado, após subirem 8,4% em maio.
5. Petrobras prova que boa gestão compensa até prejuízo bilionário
O prejuízo de R$ 2,7 bilhões reportado pela Petrobras (PETR3; PETR4) no segundo trimestre foi tratado com indulgência pelos analistas, nos primeiros relatórios divulgados nesta sexta-feira (31).
Já os investidores parecem apáticos em relação à empresa, no pregão de hoje. As ações ordinárias da Petrobras subiam 0,94%, negociadas por R$ 23,54. Já as preferenciais caíam 0,66%, para R$ 22,67.
Quem já se manifestou prefere destacar a habilidade da companhia de reduzir custos e atravessar com segurança essa que é considerada uma das piores crises do mercado mundial de óleo e gás.
Regis Cardoso, que assina o relatório do Credit Suisse obtido pelo Money Times, afirma que “o segundo trimestre de 2020 não foi um trimestre comum para as companhias de petróleo ao redor do mundo. A indústria de óleo e gás navegou pelas águas muito turbulentas de uma crise sem precedentes”
Thiago Duarte, Pedro Soares e Daniel Guardiola, que assinam o relatório do BTG Pactual (BPAC11), também relevaram a última linha do balanço da estatal. “Resultado fracos, em meio a um dos ambientes mais desafiadores da indústria petrolífera em décadas, eram, de algum modo, previsíveis”, afirmam.