Confinamento bovino deve ter alta em 2022 apesar de custo maior com milho, diz DSM
O confinamento de bovinos tende a registrar um novo crescimento neste ano, apesar do aumento de despesas com milho e farelo de soja, dois principais insumos da alimentação na pecuária, estimou nesta segunda-feira a companhia de nutrição animal DSM.
O cereal entrou em uma escalada de altas decorrente da invasão russa sobre a Ucrânia, quarta maior exportadora global.
Já o farelo vem na esteira da quebra de safra de soja no Brasil, após seca na região Sul que também atingiu países vizinhos e elevou as cotações internacionais.
Em contrapartida, o gerente técnico nacional de Confinamento da DSM, Hugo Cunha, disse à Reuters que as despesas com o boi magro, utilizado na reposição, recuaram em diversas praças pecuárias e ficaram estáveis na média nacional.
Além disso, o preços da arroba bovina aumentou em níveis maiores do que os custos.
“O milho, soja, e todos os insumos subiram, porém estas despesas com alimentação, frete e sanidade representam cerca de 28% do custo total do confinamento. O boi magro para reposição responde pelos outros 72% e ficou ‘flat’, enquanto a arroba subiu 15%”, disse ele.
“Então, quem fecha hoje o confinamento, em relação ao ano passado, tem um resultado mais lucrativo”, afirmou.
Levantamento da DSM, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), indica que o custo total do confinador aumentou 6,5% neste ano.
Por outro lado, a rentabilidade cresceu quatro pontos percentuais, para 8%.
Dados do Censo de Confinamento DSM, divulgados nesta segunda-feira, indicam que 6,5 milhões de bovinos foram terminados em sistema intensivo em 2021, alta de 2% sobre o ano anterior.
Para este ano, Cunha disse que é cedo para cravar um número sobre o avanço do confinamento, que poderia se igualar aos 2% de 2021 ou atingir a média de crescimento dos últimos anos, de 5%, mas a tendência é de alta, no embalo de maiores exportações para a China.