Economia

Confiança em nova pausa do Fed aumenta, mesmo após inflação oscilar para cima

10 ago 2023, 13:04 - atualizado em 10 ago 2023, 13:04
EUA, Jerome Powell, Federal Reserve inflação
Mercados apostam que repique da inflação é forte o suficiente para  mudar rota do Fed (Imagem: REUTERS/Leah) Millis)

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês de julho revelou um repique da inflação nos Estados Unidos. A leitura principal, que inclui preços voláteis de energia e alimentos, subiu a 3,2% no acumulado dos 12 meses.

É a primeira vez que o CPI registra uma oscilação positiva em mais de 17 meses. Mas o leve avanço, em linha com a expectativa dos analistas e das projeções divulgadas pela distrital de Cleveland do Fed, não comprometeu a visão dos mercados sobre o que resta do aperto monetário daqui em diante.

Pelo contrário, aumentou a confiança de que o Federal Reserve deixará intocada a taxa de juros na faixa entre 5,25-5,50% na próxima reunião.

De acordo com as projeções do Fed Funds, há 90.5% de chance de que o BC norte-americano pause o aperto temporariamente. Vale salientar que os dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) esperam mais uma alta até que o ciclo seja dado por encerrado.

Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, destaca a necessidade para sacramentar a pausa em setembro.

“A estabilidade das medidas de inflação em julho certamente vai pesar no balanço de riscos para apoiar uma parada da subida de juros nos EUA em setembro, mas me parece que a dinâmica do mercado de trabalho precisará de um enfraquecimento mais nítido para dar a confiança necessária aos diretores do Fomc.”

S&P 500 (SPX), Dow Jones Industrial Average (DJIA) e Nasdaq (IXIC) permanecem no azul desde a abertura, com ganhos de, respectivamente, 0,49%, 0,45% e 0,45%. Rendimento das Treasuries (títulos da dívida americana) também sobe tanto na ponta curta quanto na ponta longa dos juros.

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Núcleo da inflação oscila para baixo

A receptividade dos mercados à leitura do dia está também ligada à oscilação negativa do núcleo da inflação. O índice, que exclui preços de energia e alimentos, caiu ligeiramente para 4,7% em 2 meses, vindo de 4,8% em junho.

O preço dos aluguéis continuou subindo, com o índice de preços para inquilinos avançando 0,4% na base mensal, demonstrando que o setor de moradia foi o mais importante para a alta da inflação adjacente em julho. Seguro de veículos, educação e recreação também registraram avanços.

Outras categorias viram os preços caírem, tal qual o recuo de 8,1% das tarifas aéreas — que caíram pelo quarto mês consecutivo –, junto aos preços de carros usados e caminhões, que caíram 1,3% em julho depois de uma queda de 0,5% em junho.