Coluna do Fabrício Gonçalvez

Confiança do consumidor: Como funciona o ICC da FGV

05 abr 2024, 11:39 - atualizado em 05 abr 2024, 11:39
IPCA-15, Economia, Brasil, IBGE, Inflação
A pesquisa começou em 2002, entretanto, houve alteração metodológica em outubro de 2005 para adequar às melhores práticas internacionais (Imagem: Arthon meekodong/Canva)

A sondagem das expectativas do consumidor produzida pela Fundação Getúlio Vargas visa avaliar o sentimento do consumidor em relação à trajetória da economia e das suas próprias finanças.

Nos questionários são realizadas perguntas sobre a situação econômica geral, situação financeira da família, mercado de trabalho, poupança, intenção de gastos com bens duráveis, expectativas de inflação e taxa de juros. As respostas dos participantes são realizadas pela internet e telefone.

A pesquisa começou em 2002, entretanto, houve alteração metodológica em outubro de 2005 para adequar às melhores práticas internacionais. Dados sobre a confiança dos consumidores são bastante utilizados nos Estados Unidos e na Europa.

As informações do Índice de Confiança do Consumidor são coletadas nas três primeiras semanas de cada mês, em sete das principais capitais brasileiras, sendo elas: Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Recife e Salvador.

Com uma margem de erro de 2,2% e uma confiabilidade probabilística de 95%, a pesquisa reúne dados de mais de duas mil pessoas de diferentes regiões do país.

O ICC é divulgado mensalmente pela FGV e é acompanhado pelos investidores que buscam analisar as expectativas dos consumidores brasileiros e antecipar eventuais mudanças na economia e no mercado no curto prazo.

No âmbito da atividade econômica, bem como no mercado, a psicologia de massa é fator essencial. O otimismo quanto à economia estimula a confiança dos consumidores e impulsiona os gastos, enquanto o aumento da incerteza gera pessimismo e deprime as compras. Dessa forma, o indicador atua como fator redutor ou indutor do crescimento econômico local.

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Última divulgação

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu de 90,8 em janeiro para 89,7 pontos em fevereiro deste ano. Foi o menor nível desde maio de 2023 (89,5 pontos).

“A confiança dos consumidores mantém tendência de queda, em fevereiro, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com forte redução do indicador de situação financeira futura das famílias e local. O resultado é disseminado entre as faixas de renda. Apesar da queda gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos permanecem elevados e exercendo fortes limitações na situação financeira das famílias, que é refletida na percepção pessimista dos consumidores.”, comentou em nota Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE.

Considerações finais

O Índice de Confiança do Consumidor é uma ferramenta complementar e importante para as projeções macroeconômicas e análises de mercado pelos profissionais de investimentos.

Em sua divulgação há comentários sobre os resultados, bem como percepções por faixa de renda, escolaridade e região.

Como o ICC é publicado mensalmente no site da Fundação Getúlio Vargas, além dos portais de notícias, o indicador fornece, ainda no próprio mês de referência, informações sobre as expectativas dos consumidores e sinalizações de tendência para até seis meses à frente.