Condições financeiras piores reduziram projeção do PIB de 2022, diz diretor do BC, citando fator fiscal
O diretor de política econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, afirmou nesta quinta-feira que a revisão para baixo da projeção do PIB para 2022 foi motivada por uma piora nas condições fiscais do país, ressaltando que o cenário fiscal pesou nessa conta.
Em apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, Kanczuk disse ainda que houve uma mudança no comportamento da inflação ao longo deste ano, passando de um problema relacionado a movimentos do câmbio e das commodities para uma questão relacionada a uma ruptura na cadeia de oferta.
“No começo do ano, parte importante (da inflação) era dólar e commodities, mas nos últimos trimestres não é mais isso, parece ter mais a ver com ruptura de cadeia de oferta”, disse.
O BC reduziu sua estimativa para a alta do PIB em 2022 para 1%, de 2,1% projetado em setembro.
Segundo Kanczuk, os principais fatores para a deterioração nas condições financeiras são reduções no consumo das famílias e em investimentos.
O diretor do BC disse que, no Brasil, apertos em condições financeiras normalmente estão ligados a questões fiscais.
Em relação à inflação, ele afirmou que um forte aumento na demanda de bens duráveis nos Estados Unidos impactou a oferta em outros países, que passaram a ter dificuldade de importar produtos.