Comprar ou vender?

Concorrência, o maior problema do novo presidente da Ambev

19 nov 2019, 11:50 - atualizado em 19 nov 2019, 11:50
Cerveja Skol, da Ambev
Cerveja quente: concorrência da Ambev está fervendo (Imagem: Divulgação/Skol/Twitter)

A pressão por resultados, dentro de uma cultura corporativa altamente meritocrática, com certeza não será a maior preocupação do novo presidente da Ambev (ABEV3), Jean Jereissati Neto, que assume o comando da maior cervejaria do país, após a renúncia de Bernardo Pinto Paiva.

Para os analistas, seus maiores rivais serão a forte concorrência no mercado brasileiro e a economia que segue patinando.

Em seu relatório matutino, a Mirae Asset, por exemplo, observa que a “Ambev vem sendo penalizada com a crise econômica, uma vez que o consumo de bebidas e cervejas foi afetado e também pela concorrência de outras empresas de cerveja.”

A Guide Investimentos segue a mesma linha, ao observar que espera que “uma troca no comando da Ambev possa retomar uma trajetória de maior crescimento para a companhia, que nos últimos anos, vem sofrendo com o aumento da concorrência, principalmente no segmento de cervejas.”

Como se sabe, o acirramento da disputa no Brasil com cervejarias de diversos portes (de microcervejarias a gigantes como a Heineken) pesaram sobre os resultados da Ambev.

Bernardo Paiva da Ambev
Bernardo Paiva, ex-presidente da Ambev não resistiu ao cenário mais duro (Imagem: Rede Brasil do Pacto Global)

No terceiro trimestre, a companhia apresentou um lucro 9,7% menor que o do mesmo período do ano passado, somando R$ 2,6 bilhões.

Outros indicadores também se deterioraram. O volume de vendas, no Brasil, recuou 3%, após a companhia elevar os preços das bebidas em meio a um cenário macroeconômico de letargia. A geração de caixa ajustada, medida pelo ebitda, recuou 4%, para R$ 4,4 bilhões.

Entre os fatores que prejudicaram o desempenho trimestral, a Ambev citou os descontos concedidos por alguns rivais nos últimos meses, que contribuíram para reduzir suas vendas e pressionar seus preços.

Novo cenário

A Empiricus acrescenta outros desafios para Jereissati Neto, como “o ambiente atual da indústria (hábitos de consumo, comunicação e competição, por exemplo)”.

No geral, os analistas consideraram a experiência de Jereissati Neto em diversas áreas da Ambev como um ponto positivo, que o qualifica a enfrentar o desafio. A Empiricus considera a mudança “bem-vinda”.

Já a Guide Investimentos diz que, “apesar de apresentar pouco impacto no curto prazo, esperamos que uma troca no comando da Ambev possa retomar uma trajetória de maior crescimento para a companhia.”

Na Mirae Asset, “a expectativa é de que o novo CEO, Jean Jereissati Neto, possa ajudar a empresa a ser mais competitiva no mercado.”

Os investidores também deram um voto de confiança para o novo presidente. Por volta das 11h08, as ações da Ambev subiam 0,11%, negociadas a R$ 17,58. Já o Ibovespa subia 0,24% e marcava 106.528 pontos.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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