Criptoativos

Conclusão após a audiência no Senado americano: Libra pode acelerar uma legislação desfavorável às criptomoedas

18 jul 2019, 14:00 - atualizado em 28 fev 2020, 20:28
O Senado americano não se convenceu com as explicações dadas pelos responsáveis do Projeto Libra (Imagem: Youtube)

Como divulgamos aqui nesse portal ontem, leia mais aqui. David Marcus compareceu aos membros do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara para explicar a proposta ambiciosa da plataforma de mídia social de entrar no espaço criptoativos. Durante a audiência, que durou mais de quatro horas, a maioria dos representantes da Câmara deixou claro que, se tivessem alguma coisa a ver com isso, esse criptoativo do Facebook nunca se concretizaria.

A presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Maxine Waters, iniciou a audiência referenciando a legislação chamada “Manter as grandes empresas de tecnologia fora do ato de finanças”. A congressista Waters, democrata da Califórnia, recebeu apoio bipartidário ao pedir uma moratória para o Facebook antes de seguir adiante com Libra. Leia mais sobre o desconforto dos congressistas sobre o projeto Libra aqui.

O projeto de lei recomenda proibir empresas de tecnologia gigantes de servir como instituições financeiras ou lançar sua própria criptomoeda. Durante a audiência, em vez de se concentrar na proposta, os legisladores treinaram suas visões no Facebook.

Ao fazer seus comentários, os membros da Câmara continuaram de onde seus colegas do Senado pararam. Isso incluiu o questionamento completo da capacidade do Facebook de proteger a privacidade do usuário.

O deputado Brad Sherman questionou os motivos do Facebook, dizendo que seu CEO, Mark Zuckerberg, deveria ser um defensor da privacidade. Sherman referindo-se à criptomoeda do Facebook cunhou-a como “Zuckbucks”. Ele acusou Zuckerberg de criar um dispositivo que fornecerá privacidade a traficantes de drogas, traficantes de seres humanos, terroristas, evasores de impostos e evasores de sanções.

Os legisladores reclamaram que o Libra parece ser um banco, apesar da companhia enfatizar que a rede é um serviço de pagamento. Além disso, Marcus teve que admitir que não tinha números firmes sobre o número de consumidores sem banco que o Libra poderia servir, causando mais arranhões entre os legisladores.

A falta de boa vontade do Facebook atravessa fronteiras políticas. A democrata Maxine Waters e o presidente Donald Trump expressaram preocupações semelhantes sobre a proposta de criptomoeda da gigante de mídia social.

Para o Congresso, parece que a força motriz por trás da regulação de Libra é a desconfiança em relação ao Facebook.

 

Leandro França de Mello é editor chefe do portal Cryptowatch. Escritor, palestrante, cientista de dados e empreendedor serial.
Leandro França de Mello é editor chefe do portal Cryptowatch. Escritor, palestrante, cientista de dados e empreendedor serial.
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