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Compre esta ação para aproveitar a disparada de preços do arroz, indica Ágora

16 ago 2023, 12:46 - atualizado em 16 ago 2023, 12:46
Arroz
Disparada do arroz na Ásia deve chegar ao Brasil; uma ação na B3 pode disparar mais de 50%, segundo a Ágora Investimentos (Imagem: Reuters/Anuwar Hazarika)

A combinação preferida dos brasileiros na hora do almoço, o arroz com feijão, está ficando mais cara. Afinal, os preços do arroz por aqui tendem a subir por uma série de motivos, abrindo oportunidade de investimento em uma ação na B3, segundo a Ágora Investimentos.

De acordo com a corretora, as ações da Camil Alimentos (CAML3) devem aproveitar a disparada de preços do cereal no Brasil e no mundo. A corretora tem recomendação de compra e estipula preço-alvo de R$ 12. Por isso, analistas enxergam potencial de valorização acima de 50% nos próximos 12 meses.

Nesta quarta-feira (16), por volta das 12h, as ações da Camil subiam 3%, a R$ 7,74.



Segundo os analistas Leandro Fontanesi, do Bradesco BBI, e José Cataldo, da Ágora, a Camil pode repassar os preços mais altos do arroz aos consumidores.

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Por que o arroz está caro?

O Brasil, provavelmente, produzirá 7% menos arroz este ano do que na safra anterior. Enquanto isso, o maior produtor de arroz, a Índia, implementou restrições à exportação que reduziram a oferta internacional.

“Este cenário é otimista para a Camil, pois, além de repassar os aumentos de preços ao consumidor, ela dilui custos e despesas fixas, aumentando seu lucro líquido”, afirmam os analistas em relatório nesta quarta-feira.

A tese de investimento na Camil também ganha reforço pelo fenômeno climático El Niño. Por exemplo, as chances de o El Niño ganhar força a partir de novembro são de 70%, prejudicando grandes produtores de arroz na Ásia, como Índia, Vietnã e Tailândia. Tais países devem enfrentar secas fortes, reduzindo portanto as safras de arroz no mundo.

De fato, os preços do arroz branco da Tailândia, usado como referência mundial, já subiram 36% no acumulado do ano, devido a esse cenário mais apertado para os produtores de arroz na Ásia.

Camil ainda não está precificada

Os analistas Fontanesi e Cataldo destacam que o mercado ainda não precificou esse cenário nas ações da Camil. “Os preços do arroz no Brasil ainda não refletem o movimento na Ásia.”

Em termos de valuation, a Camil negocia com atraente múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) de 4,6 vezes para 2024, abaixo da média de 6,5 vezes.

Em uma análise de sensibilidade, assumindo que os preços do arroz no Brasil atinjam uma média de R$ 110 por saca em 2024, a Ágora vê:

  • incremento de 30% acima do cenário-base (saca de arroz a R$ 85);
  • salto na projeção de Ebitda da Camil de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,3 bilhão; e
  • consenso de mercado na expectativa de lucro operacional de R$ 920 milhões.