Compras híbridas: entenda a tendência que une online e físico
Com as restrições, a pandemia da Covid-19 impulsionou a tendência de compras online no Brasil. Segundo levantamento da Ebit/Nielsen, esse tipo de venda ganhou 13 milhões de novos consumidores no país em 2020.
No entanto, desde meados de 2021, a flexibilização de algumas medidas principais — principalmente as que dizem respeito à circulação de pessoas — permitiu que o brasileiro voltasse às lojas físicas para realizar as suas compras.
Um levantamento do Consumer Pulse de 2021 mostrou que as compras “tradicionais” voltaram a predominar e hoje representam 60% do total.
No entanto, o período da pandemia trouxe novos hábitos aos consumidores. É possível que eles sejam mantidos ou, ao menos, adaptados. É o caso das comprar no formato “híbrido”.
Compras online x loja física
Dados da pesquisa “Shopper Story 2022”, realizada em 2021 pela Criteo, mostraram que para 45% dos entrevistados, a necessidade se ter o produto imediatamente em mãos é o principal motivo para optarem pelas compras em lojas físicas.
Para outros 36%, a razão principal é poder experimentar a própria compra de diversas maneiras.
No entanto, o levantamento também mostra que 4 em cada 5 consumidores acreditam que pesquisar e encontrar um produto em sites de varejistas/marcas melhorou nos últimos dois anos, tornando-se uma missão mais fácil.
Cerca de 72% dos entrevistados disseram que procuram produtos nas lojas físicas, por exemplo, e compram online depois.
O grupo das compras híbridas
A modalidade de “compra híbrida” tem se mostrado uma tendência crescente. A pesquisa da Criteo, que contou com mais de 7 mil entrevistados de todo o mundo, indica que a possibilidade de pesquisar online e comprar fisicamente ou mesmo comprar pela primeira vez em loja física, ganhar confiança e utilizar também a plataforma online são movimentos que estão se consolidando.
A alternativa híbrida permite conciliar as experiências que ambas as formas proporcionam aos clientes, o que faz com que as marcas invistam em omnichannel, ou seja, no uso de estratégias que permitam que o consumidor tenha uma experiência positiva em todos os canais da marca.
“O omnichannel é uma parte essencial do mix de marketing moderno, pois a combinação de online e offline aprimora a experiência do comprador”, avalia Tiago Cardoso, diretor geral da Criteo para a América Latina.
Empresas que investem no híbrido
As grandes varejistas têm canais online e lojas físicas, e proporcionam hoje as duas possibilidades de compras aos clientes, como a Americanas (AMER34), Casas Bahia e Magazine Luiza(MGLU3).
A Magalu é um exemplo de empresa que aposta na alternativa de comprar online e retirar rapidamente na loja, por exemplo, além de oferecer entrega em até 1 hora em algumas cidades.
Pequenos negócios que nasceram digitais na pandemia também enxergaram a necessidade e as oportunidades de se investir em uma loja física, como contou a empreendedora Lela Brandão, CEO da marca Lela Brandão Co..
Em entrevista ao Estadão, ela afirmou que seus clientes já perguntavam sobre um espaço físico para poderem experimentar as peças.
“Meu sócio, Viktor, foi bem firme ao confirmar que estávamos prontos financeiramente. Muito rapidamente alinhamos as burocracias e em um pouco mais de um mês abrimos nosso espaço”, afirmou.