Commodities

Compras e La Niña devem sustentar rali de grãos, diz Rabobank

24 nov 2020, 15:30 - atualizado em 24 nov 2020, 15:30
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A demanda chinesa por milho e soja deve subir ainda mais na próxima temporada (Imagem: Divulgação/Abiove)

O rali dos grãos e das oleaginosas deve continuar até o próximo ano à medida que a China aumenta as compras e o evento climático La Niña ameaça as safras, de acordo com o Rabobank.

O aumento da demanda de importadores, preocupações de que o clima possa afetar as safras dos principais produtores e compra de especuladores impulsionaram um índice da Bloomberg de preços agrícolas à vista ao maior nível em seis anos neste mês.

A demanda chinesa por milho e soja deve subir ainda mais na próxima temporada, e os países continuarão interessados em aumentar os estoques para se protegerem contra a inflação dos alimentos, disse o banco em relatório.

“Os preços do trigo, milho e soja devem permanecer altos e podem subir ainda mais. Os agricultores continuarão a aproveitar as vantagens das condições favoráveis de produção e exportação”, disse Stefan Vogel, responsável por mercados de commodities agrícolas do Rabobank, em comunicado.

A soja pode subir para uma média de US$ 12,40 o bushel no primeiro trimestre, cerca de 4% acima dos preços atuais, disse o banco. Os futuros do milho devem chegar a US$ 4,50 o bushel, e as compras chinesas do grão podem subir para 29 milhões de toneladas em 2021-22 em relação a 24 milhões de toneladas nesta temporada.

Ainda não está claro como as relações comerciais EUA-China mudarão sob a presidência de Joe Biden, disse o Rabobank.

O evento climático La Niña gera preocupação de que a seca possa ameaçar o fornecimento de soja no Brasil e na Argentina, enquanto as áreas de trigo nos EUA também enfrentam falta de chuvas.

Do lado da demanda, importadores aumentam as reservas para se protegerem contra a potencial inflação dos alimentos, especialmente com consumidores já atingidos pelas paralisações do coronavírus e economias abaladas, o que restringe ainda mais a oferta.

A queda dos estoques e mais demanda por grãos para ração devem sustentar o milho no próximo ano, embora a demanda da importação de trigo possa cair ligeiramente a partir do segundo trimestre, já que vacinas e atividade econômica mais normal limitariam a reposição de estoques, disse o banco.

A perspectiva do Rabobank para as chamadas soft commodities é mais negativa, pois a demanda sofre um impacto mais forte das restrições da Covid-19. As vendas de cacau podem permanecer fracas pelo menos até o segundo trimestre e, embora o consumo de café deva aumentar, é provável que fique abaixo dos níveis de 2019, disse o banco.

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