Compras de títulos hipotecários pelo Fed alcançam US$ 1 trilhão
O Federal Reserve comprou US$ 1 trilhão em títulos hipotecários desde março, um ritmo recorde, na tentativa de atenuar o impacto da recessão causada pela Covid-19 sobre proprietários de imóveis dos Estados Unidos.
O Fed comprou cerca de US$ 300 bilhões desses títulos em março e abril e, desde então, vem comprando cerca de US$ 100 bilhões por mês.
O banco central dos EUA agora possui quase 30% dos títulos lastreados em empréstimos imobiliários nos Estados Unidos.
A compra de títulos levou à queda dos juros de hipotecas: a taxa média de 30 anos caiu de 3,3% no início de fevereiro para 2,91% na semana passada.
Essa queda permitiu que proprietários refinanciassem hipotecas, o que equivale a um aumento de renda com a redução dos pagamentos mensais dos empréstimos.
Também ajudou a compra de casas por consumidores. Mas os esforços do Fed estão inflando o balanço patrimonial e, ao possuir tantos empréstimos imobiliários nos Estados Unidos, o banco central tem um poder atipicamente alto sobre a fixação dos juros de hipotecas.
De acordo com analistas do JPMorgan, devido à expansão do mercado, o ritmo de compras do Fed é sustentável. Entre setembro de 2012 e outubro de 2014, durante um programa de flexibilização quantitativa conhecido como QE3, o Fed detinha um recorde de 34% do mercado.
Pouco antes dessa última rodada, os pagamentos do principal de seus títulos hipotecários haviam reduzido a parcela para 21%, que agora está em 30%.
Se o Fed mantiver o ritmo de compra atual, terá novamente 34% do universo hipotecário até o final do ano, acrescentaram os analistas.