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Compras da China mais caras? Internet critica Lula, e Janja defende presidente

12 abr 2023, 18:43 - atualizado em 12 abr 2023, 18:43
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Taxação das varejistas segue repercutido nas redes sociais e esquenta a orelha de Lula (Imagem: Shein)

A medida provisória (MP) que visa acabar com a isenção de imposto para as encomendas enviadas por pessoas físicas que custam até US$ 50 (cerca de R$ 250) está dando o que falar nas redes sociaise repercutindo mal para o Governo Lula.

Na terça-feira (11), a proposta foi revelada pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, ao portal UOL. Segundo a publicação, o objetivo da medida é fortalecer o combate à sonegação de impostos do comércio eletrônico. Além disso, o governo estima arrecadar cerca de R$ 8 bilhões por ano com o fim do benefício fiscal.

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A medida deve ter impacto no preço dos produtos comercializados em sites estrangeiros, como SheinShopeeAliExpress e outros. Nas últimas semanas, o ministro Fernando Haddad já vinha criticando empresas que aproveitam essa regra de envio de uma pessoa física para outra para sonegar impostos no comércio eletrônico.

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Veja repercussão da taxação das varejistas no Twitter

Janja sai em defesa de Lula

A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, se manifestou sobre o assunto nesta quarta-feira (12). Em resposta a comentários sobre o assunto no Twitter, afirmou que o fim da isenção do imposto de importação atingirá as empresas e não os consumidores.

Em resposta a um perfil que compartilhou a notícia afirmando que a medida “deve beneficiar Lojas Renner, Magazine Luiza e Mercado Livre e é adotada após reclamações do setor sobre a concorrência desleal de AliExpress, Shein e Shopee”, Janja reiterou que a taxação é para as empresas e não para o consumidor.

O que está por trás da taxação das varejistas

A medida anunciada não tem efeito sobre as mercadorias enviadas para o Brasil por pessoas jurídicas. No entanto, existe a suspeita de que e-commerces estrangeiros estão se passando por pessoas físicas ao enviarem produtos ao Brasil. Desta forma, as encomendas entram no país sem pagar impostos.

Por conta disso, o governo avalia que somente a fiscalização não é suficiente para evitar as fraudes, sendo necessário acabar com a regra dos US$ 50.

Questionado pelo UOL, Barreirinhas admitiu que a medida terá impacto em produtos vindos da Ásia. Porém, ele ponderou que a medida não mira um país ou região específica.

“O grande volume, de fato, é da Ásia. Mas a legislação não é focada neste ou naquele país remetente; é focada no comércio eletrônico que vem por correspondência de maneira geral. Até porque isso [a origem dos produtos] pode mudar no futuro. Então a normatização é perene. Simplesmente, repito, [a legislação] exige do remetente e da transportadora a prestação de informações que permitam uma fiscalização adequada do Fisco”, disse ao UOL.

Enquanto o governo deve elevar a arrecadação com a medida, o consumidor deverá sentir no bolso, uma vez que as empresas costumam repassar os custos com tributação aos clientes.