Comprar ou vender?

Comprar ou não Petrobras (PETR4)? Analistas estão otimistas após sinal verde para dividendos, mas não é só isso; entenda

22 abr 2024, 12:29 - atualizado em 22 abr 2024, 12:31
petrobras dividendos
Conselho de Administração da Petrobras aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Após um primeiro trimestre barulhento para a Petrobras (PETR3PETR4), os analistas veem a poeira baixar, com os eventos se tornando mais positivos para a tese de investimento da estatal.

Na semana passada, o Conselho de Administração da petroleira aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários e o presidente Lula também já deu o aval. Os conselheiros concluíram que o pagamento não vai comprometer a capacidade de investimento da companhia.

A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI veem, agora, o dividend yield (rendimento de dividendos) da Petrobras em 13% para 2025, acima da média global de 10%. “Com um ambiente tão volátil para o Ibovespa, é difícil ignorar uma exportadora como a Petrobras, que paga um rendimento de dividendos tão atraente”, avaliam Vicente Falanga e José Cataldo.

Os analistas do BTG Pactual avaliam que o aval traz conforto adicional à governança corporativa da companhia. Além disso, os acontecimentos do último mês reforçam a opinião de que a alocação de capital da Petrobras não pode ser facilmente alterada, dizem Bruno Lima, Pedro Soares e Thiago Duarte.

O banco acredita ainda que a estatal deve distribuir os 50% restantes de dividendos especiais. “A indicação de que esta decisão será reavaliada ainda este ano é um sinal”, afirmam.

Comprar ou não Petrobras?

Após a nova indicação sobre os dividendos extraordinários, a Ágora e o BBI elevaram a recomendação para as ações preferenciais da Petrobras de neutra para compra. As casas também ajustaram o preço-alvo de R$ 41 para R$ 46.

Os analistas avaliam que além do dividend yield atraente, o ambiente para os preços do petróleo está “melhor do que o esperado e muito favorável”.

“Em termos de múltiplo EV/Ebitda, as ações estão sendo negociadas a 2,8 vezes para 2025, um desconto de 30% para os pares globais, o que parece excessivo. Em nosso preço-alvo, o EV/Ebitda justo implícito de 2025 seria de 3,2 vezes, o que ainda significaria um desconto de 20% em relação aos pares globais”, dizem.

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O BTG, por sua vez, reitera a indicação de compra, com alvo em R$ 47. A recomendação, no entanto, não se baseia na distribuição de proventos especiais, mas, sim, em fundamentos “muito fortes que continuarão desencadeando revisões altistas nas estimativas de fluxo de caixa do acionista e nos dividendos ordinários”.

“Os preços do Brent atingiram uma média de US$ 83/bbl em 2024 e subiram 13% no acumulado do ano, o que, combinado com a produção de petróleo entregue até agora, poderia levar o DY ‘normal’ da Petrobras para 14% em 2024, que é mais atraente do que seus pares globais, pares de mercados emergentes, bem como muitos outros nomes de commodities e outras teses de valor no IBOV”, avaliam.

Os analistas não acreditam que o ruído político irá diminuir completamente nos próximos meses, mas os riscos parecem estar incluídos no preço.

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