Compra do Big não será rápida, mas é bom negócio para Carrefour

O Carrefour Brasil (CRFB3) fez um bom negócio ao comprar o Grupo Big, antigo Walmart Brasil, pelo valor anunciado de R$ 7,5 bilhões, ainda que a aquisição não saia logo de cara, avalia o UBS.

A chegada da rede de supermercados ao portfólio do Carrefour traz consigo mais 387 lojas espalhadas pelo Brasil, somadas a 489 unidades da companhia.

“A aquisição dobra a gama de hipermercados do Carrefour, além de triplicar a pegada de supermercados com a soma do Grupo Big, adicionando mais 32% de receita líquida ao Carrefour”, destacam os analistas Gustavo Piras Oliveir, Samantha Osborne e Sreedhar Mahamkali, que assinam o relatório do banco suíço.

O trio do UBS reforça que o acordo com o Grupo Big não será tão apressado, mas não tira o mérito de ser uma baita jogada estratégica do Carrefour no País, à medida que a compra “agrega múltiplos atraentes com alta taxa de sinergias, e aumentando a posição competitiva”.

Na mesma toada, a Guide Investimentos considera o acordo, anunciado ao mercado nesta quarta-feira (24), uma oportunidade positiva para as ações do Carrefour.

“A nova aquisição permitirá ao Carrefour expandir sua presença para regiões onde sua atuação ainda é limitada, como Nordeste e Sul do Brasil. O varejista afirmou que a rede de lojas do Big tem grande complementaridade geográfica, permitindo a expansão de seus formatos tradicionais”, comenta o analista de mercado Luis Sales.

A expectativa é que a operação, estimada para 2022, acrescente R$ 1,7 bilhões ao Ebitida (lucro antes de impostos e amortizações) do Carrefour, conclui Sales.

A rede Big pertence a uma sociedade entre a firma de private equity Advent International e o Walmart. A aquisição ainda está sujeita a avaliação do Conselho Administrativo da Defesa Econômica (Cade).

Veja a seguir a recomendação do UBS para as ações do Carrefour Brasil, com preço-alvo estimado em 12 meses:

Empresa	Ticker	Recomendaçao	Setor	Preço-alvo (R$)
Carrefour Brasil	CRFB3	Neutra	Varejo	19,27